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Mais de 360 candidatos a exoplanetas são encontrados em dados do Kepler

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Novembro de 2021 às 18h40

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ESA
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Um novo algoritmo foi usado para analisar grandes quantidades de dados obtidos pelo já aposentado telescópio espacial Kepler, que ficou conhecido como "o caçador de exoplanetas". Como resultado, astrônomos da University of California (UCLA) descobriram 366 novos candidatos a exoplanetas. Entre eles, há alguns mundos curiosos, como um sistema planetário formado por uma estrela e pelo menos dois gigantes gasosos — ambos têm tamanho parecido com o de Saturno e estão estranhamente próximos um do outro.

O autor principal do estudo é Jon Zink, estudante de pós-doutorado na UCLA. Junto de Erik Petigura, professor de astronomia na universidade e coautor do estudo, eles compõem um projeto chamado Scaling K2, voltado para a identificação de exoplanetas a partir da missão K2, do telescópio Kepler. A missão inicial do observatório foi encerrada em 2013, mas os astrônomos deram prosseguimento ao trabalho dele com a K2, até que o telescópio foi aposentado de vez em 2018.

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A ideia ali era identificar novos exoplanetas próximos de estrelas distantes, mas o problema é que o software usado na missão original não comportava as complexidades da K2. Assim, os pesquisadores usaram o algoritmo desenvolvido por Zink para diferenciar reduções no brilho das estrelas, que podem ser causadas pelo próprio instrumento ou até por algum fenômeno astrofísico que imite uma assinatura planetária.

Esse processo de diferenciação não é fácil e exige análises aprofundadas, que consomem bastante tempo. Felizmente, o algoritmo conseguiu separar os sinais que podem identificar planetas daqueles que são simples ruídos. O novo software foi usado para analisar cerca de 500 terabytes de dados com mais de 800 milhões de imagens de estrelas, para depois criar um “catálogo” que será incorporado ao arquivo de exoplanetas na NASA.

Além dos 366 novos candidatos a exoplanetas, o catálogo inclui outros 381 que já foram identificados anteriormente. Para Zink, essas descobertas representam um passo significativo para ajudar os astrônomos a entender que tipos de estrelas têm maior probabilidade de abrigar planetas em suas órbitas. “A descoberta de cada novo planeta fornece um olhar único para a física que participa da formação planetária”, disse.

O que os exoplanetas podem nos ensinar

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O termo “exoplaneta” diz respeito aos mundos que orbital uma estrela que não seja o nosso Sol. Hoje, a lista de exoplanetas já identificados pelos astrônomos inclui menos de 5.000 deles, de modo que a detecção de algumas centenas deles de uma só vez representa um avanço significativo. Ao estudar um grupo tão grande desses corpos, os cientistas podem entender melhor como os planetas se formam e evoluem em suas órbitas.

Além disso, a descoberta pode também ajudar a explicar o quão raro — ou não — nosso Sistema Solar é. “Descobrir centenas de novos exoplanetas é uma conquista significativa por si própria, mas o diferencial desse trabalho é como ele vai iluminar as características da população de exoplanetas como um todo”, observou Erik Petigura.

Vale destacar ainda que a descoberta do sistema planetário com dois gigantes gasosos é algo significativo, uma vez que a descoberta de planetas assim tão próximos de sua estrela é bastante rara. Os pesquisadores ainda não conseguem explicar o porquê de isso ter ocorrido neste sistema, mas Zink considera que isso torna a descoberta ainda mais útil, já que poderá ajudar os cientistas a formular parâmetros mais precisos sobre o desenvolvimento de planetas e sistemas planetários. O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomical Journal.

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Fonte: Astronomical Journal; Via: UCLA