Publicidade

Lua pode ter guardado pistas de quando a Terra tinha superfície derretida

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
NASA
NASA

Parece que o campo magnético da Lua pode ter durado menos de 140 milhões de anos — isso se tiver existido. A descoberta vem de um novo estudo conduzido por John Tarduno, da Universidade de Rochester, e seus colegas, que analisaram os cristais em rochas coletadas durante as missões do programa Apollo. Os resultados sugerem que o solo lunar pode também ter pistas da atmosfera primitiva da Terra.

Hoje, os cientistas não sabem ao certo se o núcleo da Lua foi capaz de gerar um campo magnético em algum momento. Alguns modelos consideram que nosso satélite natural teve um campo magnético tão forte quanto o da Terra por quase 2 bilhões de anos; outros indicam que o núcleo não teria energia suficiente para sustentar um campo magnético tão forte.

Agora, Tarduno e seus colegas decidiram investigar a questão a partir das propriedades de cristais das rochas coletadas nas missões Apollo. Elas foram formadas de 3,69 a 4,36 bilhões de anos atrás e têm pequenos minerais magnéticos, que são como registros da força do campo magnético quando foram formados.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Os resultados mostraram que não havia um campo magnético em toda a Lua quando os minerais foram formados. Portanto, é possível que o campo tenha existido há aproximadamente 4,36 bilhões de anos — a Terra, por sua vez, se formou há 4,5 bilhões de anos.

Por isso, a equipe sugere que podem haver vestígios da atmosfera primitiva da Terra registrados no solo lunar. Hoje, as partículas atmosféricas do nosso planeta chegam à superfície lunar conforme nosso satélite natural atravessa o campo magnético terrestre. 

Como a Lua não tem um campo ativo, as partículas não são repelidas e parte delas se mantiveram no solo lunar. Este transporte do material pode ter ocorrido a qualquer momento em que o campo magnético não estivesse presente, ou seja, é possível que a Lua tenha rastros de como a atmosfera da Terra era há até 4,36 bilhões de anos.

Neste período, a superfície terrestre ainda estava bastante derretida, e as evidências das condições naquela época são escassas em nosso planeta — mas, talvez, estas pistas estejam em amostras do nosso satélite natural. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Communications Earth & Environment.

Fonte: Communications Earth & Environment