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Lua fez os dias na Terra ficarem 2,2 horas mais longos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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qimono/Pixabay
qimono/Pixabay

Graças à Lua, os dias na Terra já foram mais de duas horas mais longos do que são hoje. Segundo pesquisadores liderados por He Huang, da Universidade Chengdu de Tecnologia na China, isso aconteceu porque nosso satélite natural se afastou por milhares de quilômetros em sua órbita ao longo de diferentes períodos. 

Hoje, nossos dias duram quase 24 horas, mas nem sempre foi assim. Os autores explicam que a Lua fica alguns centímetros mais longe todos os anos, e conforme isso acontece, ela desacelera o giro do nosso planeta ao redor do seu próprio eixo, aumentando a duração dos dias. 

Para entender as mudanças na rotação da Terra ao longo do tempo, He Huang e seus colegas analisaram oito conjuntos de dados de rochas em ambientes marinhos. Elas têm de 700 a 200 milhões de anos, e registraram a força das marés ao longo do tempo.

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Ao combinar os dados com modelos das forças das marés gravitacionais que ocorrem entre a Terra e a Lua, os autores conseguiram determinar a velocidade com a qual a Terra girou ao redor do seu próprio eixo durante meio bilhão de anos. 

Eles identificaram que, em dois períodos, a rotação aumentou e mudou dramaticamente, mas depois foi estabilizada. Nestas condições, os dias eram 2,2 horas mais longos do que são hoje, e a Lua estava 20 mil quilômetros mais longe. 

Tais períodos parecem ter ocorrido de 650 milhões a 500 milhões de anos atrás, o que os coloca juntos da explosão do Cambriano. Trata-se de um período em que as formas de vida se diversificaram e se expandiram para novos nichos. 

Já o segundo período de mudança na rotação da Terra parece ter acontecido de 340 milhões a 280 milhões de anos, correspondendo à época em que grandes geleiras cobriram nosso planeta. 

Portanto, ao aumentar a duração do dia — e, por consequência, a exposição ao Sol —, a Lua pode ter causado grandes eventos de oxigenação, que teriam levado à diversificação da vida. Mas os autores são cautelosos, e ressaltam que “estes resultados devem ser interpretados com cuidado”. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista PNAS.

Fonte: PNAS, Live Science