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Os dias na Terra estão ficando mais longos, mas nem sempre foi assim

Por| Editado por Patricia Gnipper | 12 de Junho de 2023 às 18h18

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NASA Johnson
NASA Johnson

A ciência já sabe que a duração dos dias na Terra está aumentando aos poucos graças à relação gravitacional entre nosso planeta e a Lua. O processo é extremamente lento e o cálculo da velocidade exata em que ele acontece é complexo. E se ele já não fosse difícil o bastante, novas descobertas indicam que este alongamento dos dias já foi paralisado por, pelo menos, um bilhão de anos.

A atração gravitacional entre os astros no nosso universo não atua somente no menor deles — a Terra gira em torno do Sol por conta da gravidade, mas ele também sente a atração exercida pelo planeta, o mesmo acontece com a Terra e a Lua. Porém, como a Lua se afasta da Terra a uma taxa de quase 4 centímetros por ano, a atração gravitacional entre os dois corpos vem se modificando e alterando a velocidade com que a Terra gira em torno de seu eixo.

Em declaração ao portal IFLScience, o geofísico Ross Mitchell explica que “com o passar do tempo, a Lua ‘rouba’ a energia de rotação da Terra para adquirir uma órbita mais alta.” Ele e Uwe Krischer, professor da Curtin University, na Austrália, publicaram nesta segunda-feira (12) um novo artigo sobre esse processo, ressaltando o período durante a Era Proterozoica, em que o alongamento dos dias parou.

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Kirscher explica que, conforme voltamos na história da Terra, os dias eram cada vez menores, mas pouco depois da formação da Lua, houve um período em que os dias permaneceram com a duração de 19 horas antes de voltarem a aumentar.

Os cientistas foram buscar em outro corpo celeste a explicação para o fenômeno. A Lua e o Sol influenciam, em diferentes escalas, as marés na Terra. Se, no presente, a atuação do Sol neste sentido é muito mais modesta, na época estudada ela foi forte o suficiente para “neutralizar” a ação da Lua. A composição da atmosfera da Terra na época — com mais ozônio e menos oxigênio — também contribuiu, pois o efeito das marés solares fica mais pronunciado com gases que retém o calor no planeta.

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Para estudar a duração dos dias na Terra, pesquisadores usam, tradicionalmente, sedimentos depositados em planícies costeiras. A composição do material no solo destes locais é capaz de fornecer informações detalhadas sobre o planeta em diferentes momentos de sua história.

O novo estudo, porém, se baseou nos Ciclos de Milankovitch — alterações naturais e periódicas na forma com que um planeta gira em torno de sua estrela, como uma maior ou menor circularidade de sua órbita e a inclinação do seu eixo de rotação. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico Nature Geoscience.

Fonte: Nature Geoscience via: IFLScience