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James Webb também serve para estudar meteoroides no Sistema Solar

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Fevereiro de 2023 às 12h57

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Peace,love,happiness/Pixabay
Peace,love,happiness/Pixabay

O telescópio James Webb vem ajudando os cientistas a observar objetos distantes e, ao mesmo tempo, também vem identificando pequenos meteoroides, pedaços de rochas espaciais que viajam pelo Sistema Solar. Desde seu lançamento, o Webb já sofreu impactos de mais de 20 meteoroides; destes, apenas um causou um dano perceptível em um dos espelhos do telescópio.

Lançado em dezembro de 2021, o James Webb foi enviado rumo ao Ponto de Lagrange 2 (L2), a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra. Ali, ele mantém os segmentos hexaognais de seu espelho primário voltados para o espaço, e os engenheiros monitoram a situação da sua superfície para ajudar os cientistas a entender os dados. “Conseguimos monitorá-los com um nível de detalhes que ninguém jamais alcançou”, disse Lee Feinberg, gerente do elemento óptico do Webb.

Ironicamente, os impactos dos micrometeoroides são os dados menos esperados pela equipe do observatório que, no momento, está realizando ajustes operacionais para reduzir a frequência deles. “[O Webb] é essencialmente um detector de fluxo de meteoroides, mas não intencionalmente”, disse Margaret Campbell-Brown, física de meteoros.

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Uma breve preocupação surgiu na equipe do telescópio em maio do ano passado, quando os cientistas identificaram sinais de um impacto de um micrometeoroide relativamente grande no espelho do telescópio. Já em dezembro, eles concluíram que dificilmente o telescópio encontrará algum objeto tão grande mais do que uma vez por ano — por enquanto, o telescópio vem sofrendo de um a dois impactos menores a cada mês.

Como o Webb pode operar por pelo menos duas décadas, os membros do telescópio mantêm a cautela e vêm adaptando a estratégia de observação para limitar o tempo em que ele estará vulnerável a impactos mais intensos. “Queremos que as fotos da Nebulosa Carina continuem tão lindas daqui a 20 anos como são agora”, acrescentou Feinberg.

Impactos de meteoroides no James Webb

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Apesar da preocupação com o ocorrido em maio, os engenheiros do telescópio já sabiam que os impactos acabariam acontecendo em algum momento. Por isso, os membros da missão simularam  impactos de micrometeoroides durante o desenvolvimento do telescópio. Entretanto, eles não têm recursos para acelerar pequenas partículas à velocidade com que elas viajam pelo Sistema Solar, de modo que os experimentos não representam a força dos impactos reais.

Hoje, os cientistas determinaram que quase 10% dos micrometeoroides têm relação com os asteroides que causam chuvas de meteoros específicas, enquanto os outros 90% são “viajantes solitários”, que seguem pelo Sistema Solar em órbitas aleatórias. Para a equipe do Webb, grande parte dos micrometeoroides detectados pelo observatório vêm deste grupo.

Agora, os cientistas decidiram limitar o tempo em que o espelho do telescópio fica voltado para frente, ou seja, quando está mais exposto aos impactos mais intensos. E, ao que tudo indica, eles vêm conseguindo boas estimativas dos micrometeoroides que se aproximam do telescópio no Ponto de Lagrange L2.

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Fonte: Space.com