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James Webb piora problema da taxa de expansão do universo

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA, ESA, STScI/AURA/Europe Collaboration
NASA, ESA, STScI/AURA/Europe Collaboration

Não importa o quanto astrônomos se esforcem, as medições da taxa de expansão do universo continuam discrepantes. Agora, os dados do telescópio James Webb reforçaram ainda mais a chamada tensão de Hubble, ou seja, o problema acaba de ficar ainda pior.

Existem dois principais métodos para se medir a constante de Hubble, nome dado ao número que representa a taxa da expansão do universo. Encontrar o valor exato dessa constante é fundamental para desvendar mistérios como a natureza exata da energia escura, da gravidade e do espaço-tempo.

A unidade de medida da constante de Hubble é km/s/Mpc”. Assim, a velocidade com que as galáxias se afastam umas das outras devido à expansão do universo é medida em km/s, enquanto as distâncias entre elas é medida em megaparsecs (Mpc).

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Um dos métodos de medir a constante de Hubble se baseia nas estrelas Cefeidas, conhecidas como velas padrão do universo, que resultam uma taxa de 73 km/s/Mpc. A outra abordagem utiliza a radiação cósmica de fundo em microondas, que é a radiação remanescente do Big Bang, e esta resulta em 67,4 km/s/Mpc.

Ambas as abordagens são teoricamente corretas e deveriam fornecer o mesmo resultado, mas não é isso o que acontece. Na verdade, quanto mais precisas as medições obtidas com os instrumentos mais avançados do planeta, mais a discrepância se torna uma realidade, em vez de um erro de cálculo.

Em um estudo recente, os cientistas se propuseram a usar o James Webb para verificar se há algum erro na medida das Cefeidas, que poderia influenciar nos resultados da taxa de expansão. Eles usaram as Cefeidas da galáxia NGC 4258, importante para calibrar a “régua” de distâncias cósmicas, e da galáxia NGC 5584.

Com isso, o James Webb corrigiu alguns erros anteriores do telescópio Hubble e deixou a régua mais calibrada do que nunca. Entretanto, essa precisão inédita veio com um problema: a discrepância entre os dois principais métodos de medição da constante de Hubble permanece.

Pior que isso, ao confirmar a discrepância com o instrumento mais poderoso da atualidade, os astrônomos estão se convencendo que o problema não está nas medições, e sim na própria compreensão do universo. Se essa certeza aumentar nos próximos estudos, os cientistas provavelmente vão ter que repensar o modelo cosmológico atualmente aceito.

O estudo foi publicado no arXiv.org e aguarda revisão de pares.

Fonte: arXiv.org; via: Starts With a Bang