Impacto de asteroide há 50 mil anos criou novo tipo de mineral
Por Daniele Cavalcante • Editado por Rafael Rigues |

Um novo tipo de mineral de carbono foi encontrado no Arizona Meteor Crater, um buraco gigantesco formado pela onda de choque de um meteorito no deserto do Arizona. O mineral é um composto de diamante nanoestruturado e grafeno, e pode ser usado em futuras tecnologias.
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A cratera foi deixada pelo impacto há cerca de 50 mil anos, segundo as estimativas dos cientistas, e mede 1.250 metros de diâmetro e 173 metros de profundidade. O meteorito, de 25 a 30 metros de diâmetro, era composto de ferro-níquel e pesava alguns milhões de toneladas antes de atingir o solo a uma velocidade de 70.000 km/hora.
Cientistas já encontraram muitos fragmentos deste meteorito na região e encontraram minerais como a lonsdaleíta. No entanto, um novo estudo mostrou que, diferente do que se pensava antes, essa lonsdaleíta é composta de diamante nanoestruturado e grafeno, uma camada cristalina bidimensional de átomos de carbono.
Além disso, a equipe identificou algumas falhas de empilhamento nas sequências dos padrões repetidos de camadas de átomos. "Através do reconhecimento dos vários tipos de intercrescimento entre estruturas de grafeno e diamante, podemos chegar mais perto de entender as condições de pressão-temperatura que ocorrem durante os impactos de asteroides", disse o Dr. Péter Németh, autor principal do estudo.
Essa pesquisa também mostra que o mineral e suas complexidades estruturais podem ser usados como modelo para novos materiais, com propriedades únicas. Eles seriam ultra-rígidos e, ao mesmo tempo, maleáveis, além de ter propriedades eletrônicas que podem ser ajustadas para agir como condutor ou isolante elétrico.
Segundo o coautor do estudo, Christoph Salzmann, a descoberta "abriu as portas para novos materiais de carbono com propriedades mecânicas e eletrônicas empolgantes que podem resultar em novas aplicações, desde abrasivos e eletrônicos até nanomedicina e tecnologia a laser".
O artigo que descreve a descoberta foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (2022).