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Hibernação de astronautas pode permitir viagens a Marte com naves menores

Por| 18 de Novembro de 2019 às 22h00

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Divulgação
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A Agência Espacial Europeia (ESA) está determinada em descobrir as vantagens e desvantagens de uma viagem a Marte com a tripulação hibernando. Depois de soltar um primeiro estudo sobre os impactos voltados à parte da saúde dos tripulantes, agora um novo estudo mais focado na parte de arquitetura da espaçonave foi liberado.

A equipe considerou uma viagem de ida e volta a Marte com duração estimada em cinco anos para avaliar os impactos da hibernação na construção da nave, e concluiu que ela poderia ser consideravelmente menor em comparação com uma espaçonave em que a tripulação ficasse acordada durante a viagem.

“Trabalhamos no ajuste da arquitetura da espaçonave, a logística, proteção contra radiação, consumo de energia e o design geral da missão”, explicou Robin Biesbroek, que ainda diz que o estudo levou em conta o que fazer em caso de emergência, além dos impactos da hibernação nos astronautas. “Finalmente, criamos um rascunho inicial da arquitetura do ambiente e criamos um roteiro para chegar a uma abordagem para hibernar humanos até Marte em 20 anos”.

O rascunho concluiu que a nave poderia ser reduzida em cerca de um terço do tamanho de uma espaçonave utilizada em uma missão com a tripulação acordada na maior parte do tempo. Isso, claro, porque os astronautas passariam a maior parte do tempo em suas cápsulas de hibernação, em vez de em uma cabine onde se movimentariam, contando com cozinha e outros ambientes necessários para o dia a dia.

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Um terço a menos de espaçonave significa várias toneladas a menos de massa a ser enviada da Terra até Marte, o que  impacta, também, na quantidade de combustível necessária para uma viagem do tipo.

Economia substancial

Os cientistas consideraram uma droga a ser administrada aos astronautas para atingirem o estado de letargia, tudo para dormirem durante uma viagem de 180 dias da Terra até Marte. Depois, poderiam ser necessários até 21 dias de recuperação antes de a missão seguir para que os tripulantes se recuperassem do sono prolongado. 

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Acredita-se que os astronautas ganhem um pouco de massa durante o período hibernando, mas há preocupações maiores, como a segurança e o bem-estar dos tripulantes. A viagem teria que ser 100% automatizada, com sensores para detectar possíveis perigos e, possivelmente, antecipar o despertar de algum astronauta. Mas os cientistas consideram a radiação espacial o maior perigo de uma viagem do tipo. Por isso, as cápsulas de hibernação podem ser envoltas com água, o que protegeria os astronautas. Contudo, acredita-se também que apenas o estado de hibernação já deixaria o corpo em um estado de proteção amplificado.

Os estudos ainda consideram que, se conseguirem atingir um nível de 75% do estado metabólico dos astronautas, “poderíamos conseguir economia substancial de massa e custos, o que tornaria as missões de exploração longas mais factíveis”, de acordo com Jennifer Ngo-Anh, umas das líderes do estudo.

Fonte: ESA