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Gigante gasoso é encontrado com a união de dois métodos diferentes

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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NASA
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O planeta HIP 99770 b foi encontrado na órbita de uma estrela com quase duas vezes a massa do Sol. Ele foi descoberto por meio do telescópio Subaru, do Japão, e do satélite Gaia, da Agência Espacial Europeia, que conseguiu identificar o “puxão” gravitacional na estrela, causado pela presença do mundo. Juntos, os métodos usados representam novas possibilidades para a descoberta de exoplanetas.

HIP 99770 é um exoplaneta (nome dado àqueles que orbitam outras estrelas) quase 16 vezes mais massivo que Júpiter. Embora a órbita dele ao redor de sua estrela seja mais de três vezes maior do que aquela do gigante gasoso ao redor do Sol, ele recebe quase a mesma quantidade de luz que Júpiter porque a estrela é bem mais luminosa que nosso astro.

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Ele foi descoberto por meio do que os cientistas envolvidos na descoberta descreveram como uma "estratégia diferente”. Para isso, eles trabalharam com um catálogo de dados da missão Gaia, em busca de planetas que parecessem “oscilar” no céu. O catálogo combinava dados da Gaia com aqueles da missão europeia Hipparcos, permitindo a comparação da posição das estrelas.

Com os dados, eles descobriram algumas estrelas que aparentavam mudar de posição de uma forma que sugeria que eram orbitadas por planetas gigantes. Depois, com observações do telescópio Subaru, eles encontraram o exoplaneta, mostrando o sucesso de dois métodos diferentes de buscas destes mundos.

Este aspecto da descoberta é especialmente importante, já que, historicamente, a maioria dos exoplanetas foi encontrada por métodos indiretos, por meio dos quais os cientistas presumem a existência deles a partir dos efeitos que causam em suas estrelas. Também é possível trabalhar com detecções diretas, mas elas são mais difíceis porque, para os planetas serem visíveis aos "olhos" dos telescópios, precisam ser massivos e estar bastante separados da estrela.

O problema dos métodos diretos e indiretos de detecção é que eles oferecem informações diferentes sobre os planetas descobertos — mas, no caso do novo estudo, os pesquisadores conseguiram “o melhor dos dois mundos” com os dados da Gaia e do Subaru combinados. “O [HIP 99770 b] é a prova do conceito desta nova estratégia para encontrar planetas que podem proporcionar imagens, e que ficará muito melhor nos próximos cinco anos”, comemorou Thayne Currie, cientista do Observatório Astronômico Nacional do Japão.

O artigo que descreve a descoberta foi publicado na revista Science.

Fonte: Science; Via: ESA