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Galáxia volta a criar estrelas após passar milhões de anos adormecida

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA/ESA/CSA/Steve Finkelstein/Micaela Bagley/Rebecca Larson
NASA/ESA/CSA/Steve Finkelstein/Micaela Bagley/Rebecca Larson

Uma galáxia “zumbi” foi flagrada pela primeira vez. Os cientistas liderados por Guido Roberts-Borsani, da Universidade de Genebra, a chamaram assim porque a galáxia ficou quase 20 milhões de anos sem formar estrelas, mas retomou a produção em grande estilo. Este mistério cósmico pode ajudar pesquisadores a entender melhor as mais antigas galáxias.

Roberts-Borsani e seus colegas observaram a galáxia A2744-YD4 com o telescópio James Webb (ou "JWST", como é chamado na sigla em inglês). Devido à distância, podemos dizer que os cientistas viram a galáxia como era apenas 650 milhões de anos após o Big Bang. Isso significa que esta é uma das galáxias mais antigas já vistas.

Ali, eles encontraram sinais de estrelas jovens e brilhantes junto de outras mais antigas, nunca observadas antes lá. As idades das estrelas implicam que, após 100 milhões de anos de formação estelar, a galáxia encerrou o processo por 20 milhões de anos. Depois, o retomou. 

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O comportamento pode ser explicado por alguns processos, como fusões com outras galáxias ou perda de gás causada por supernovas. Como nada do tipo nunca foi visto antes, conseguir compreender o que aconteceu ali pode ser o segredo para os astrônomos entenderem galáxias ainda mais distantes. 

“Vimos galáxias passando por explosões de formação de estrelas e também vimos galáxias que não estão mais formando estrelas, mas este é o primeiro exemplo de uma galáxia que parou de formar estrelas e depois passou por esse tipo de processo de rejuvenescimento”, comentou Guido Roberts-Borsani.

O Webb iniciou as operações científicas em 2022 e já enviou dados de galáxias maiores e mais antigas do que os astrônomos esperavam. Isso levou alguns pesquisadores a suspeitar que, talvez, o que se sabia sobre e a formação contínua de estrelas nelas pode estar errado. Por outro lado, explosões de atividade nestas fábricas estelares podem explicar as novas observações. 

“Se esse comportamento de explosão [de produção de estrelas] for confirmado, isso pode explicar algumas dessas observações intrigantes do JWST”, disse Christopher Hayward, do Instituto Flatiron, em Nova York. “Não houve nenhuma observação de ‘fumaça do fogo’ para o tipo de formação estelar explosiva que seria necessária, mas essa é uma evidência.”

O artigo com os resultados do estudo foi disponibilizado no repositório arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv