Galáxia "mãe" de outras como a Via Láctea é vista no universo jovem
Por Daniele Cavalcante • Editado por Luciana Zaramela |
O telescópio espacial James Webb (JWST) examinou a galáxia Firefly Sparkle, localizada a mais de 13 bilhões de anos da Terra. Ao observar sua luz como era quando o universo tinha apenas 600 milhões de anos, foram reveladas mais pistas sobre o crescimento da nossa própria Via Láctea.
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Quando o cosmos tinha apenas cerca de 5% da idade atual, a galáxia Firefly Sparkle estava em seus estágios iniciais de formação, com mais da metade de sua massa concentrada em 10 aglomerados de estrelas. A massa desses aglomerados varia de 200 mil a 630 mil massas solares.
Segundo os autores do estudo, isso representa “a fronteira entre galáxias de baixa massa e aglomerados globulares de alta massa”. Esses grupos de estrelas em Firefly Sparkle também variam em idade, o que sugere explosões de formação estelar em momentos diferentes, mas ocorridas essencialmente na mesma época.
“As idades dos aglomerados sugerem que eles estão gravitacionalmente ligados a histórias de formação estelar, mostrando uma explosão estelar recente”, disseram os autores. Uma das possibilidades é que essas formações de estrelas foram desencadeadas pela interação com uma galáxia vizinha, chamada Firefly Best Friend (BF). Ela fica a uma distância de apenas 2 kpcs (quiloparsec), ou 6.524 anos-luz.
Há outra galáxia próxima chamada Firefly New Best Friend (NBF). Ela fica a 13 kpcs de distância da Firefly Sparkle, o que torna BF a melhor candidata a causar as explosões de formação de estrelas por lá.
Entre os aglomerados de estrelas na galáxia, está o grupo central com temperatura de 40.000 K e massa inicial pesada, sugerindo formação em um ambiente pobre em metais. Essas características são uma evidência de que a Firefly Sparkle provavelmente teria se tornado uma galáxia como a Via Láctea em nosso tempo atual.
Ao serem comparados com simulações de supercomputador, os resultados se mostraram consistentes com os modelos matemáticos atualmente aceitos. Contudo, embora muitos dos aglomerados na Firefly Sparkle possam sobreviver e se expandir, outros vão ser dilacerados por forças gravitacionais.
Segundo os autores do estudo, ao serem destruídos, os aglomerados deverão formar o disco estelar e o halo da galáxia. “A única maneira de sobreviverem é serem expulsos para grandes distâncias, para longe do denso campo de marés da galáxia.” Aqueles que forem expulsos podem persistir como aglomerados globulares.
O artigo da pesquisa foi publicado no arXiv.org e ainda não foi revisado por pares.
Fonte: arXiv.org, Universe Today