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Galáxia aparece "clonada" 12 vezes em nova foto tirada pelo Hubble; entenda

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NASA / ESA / E. Rivera-Thorsen
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Uma nova foto capturada pelo telescópio espacial Hubble ganhou destaque nesta semana. Na imagem, astrônomos observaram uma galáxia que parece ter sido duplicada várias vezes, aparecendo em regiões bem distantes pelo universo.

A galáxia apelidada de Sunburst Arc fica a a quase 11 bilhões de anos-luz da Terra. Na foto do Hubble, há nada menos que 12 imagens da mesma galáxia, tudo por causa de um enorme aglomerado de galáxias a 4,6 bilhões de anos-luz de distância que causou o efeito conhecido como lentes gravitacionais.

Esse aglomerado massivo de galáxias, que está bem mais próximo de nós do que a Sunburst Arc, é grande o suficiente para dobrar e ampliar a luz da galáxia mais distante que está atrás. Essa perspectiva dos objetos na lente do telescópio resulta não apenas em uma deformação da luz, mas também na multiplicação da imagem da galáxia, que sofre este efeito de lente gravitacional e, por isso, apareceu "clonada" na foto.

No caso da Sunburst Arc, o efeito de lente gravitacional resultou em pelo menos 12 imagens da galáxia, distribuídas por quatro arcos principais. Três desses arcos são visíveis no canto superior direito da imagem, enquanto um contraponto é visível no canto inferior esquerdo, parcialmente obscurecido por uma estrela brilhante em primeiro plano localizada dentro da Via Láctea.

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Esse efeito ilusório é útil para os pesquisadores, porque telescópios como o Hubble usam as lentes gravitacionais para "enxergar" objetos distantes que, de outra forma, seriam muito fracos e pequenos para que pudessem ser observados. O efeito torna as várias imagens da Sunburst Arc cerca de 10 a 30 vezes mais brilhantes, permitindo ao Hubble visualizar melhor o alvo de estudo.

As observações de Hubble mostraram que a Sunburst Arc é, na verdade, um análogo de galáxias que existiam durante um período muito antigo conhecido como a época da reionização — período que começou 150 milhões de anos após o Big Bang. Ela foi fundamental no início do universo, encerrando a "idade das trevas", nome dado à época antes de as primeiras estrelas serem criadas.

Einstein estava certo (outra vez)

Quando Albert Einstein desenvolvia a teoria da relatividade geral, imaginou o universo como um grande espelho de parques de diversões — aqueles que mostram imagens distorcidas — mas essas distorções seriam causadas por dobras no próprio "tecido" do espaço. E a imagem do Hubble demonstra perfeitamente a previsão de Einstein de que a gravidade de objetos muito massivos no espaço desvia a luz, e o que acabamos vendo daqui é mais ou menos o acontece nesses espelhos.

Essa ideia foi comprovada em 1919 por observações de um eclipse solar, mas havia uma previsão adicional de que a distorção criaria as chamadas lentes gravitacionais que também aumentariam o tamanho e o brilho aparentes de objetos distantes no fundo do cenário.

Foi apenas em 1979 que a primeira lente gravitacional foi confirmada. Uma galáxia se dividiu e amplificou a luz de um quasar distante, localizado atrás dela, e gerou um par de imagens. Hoje, as lentes gravitacionais se transformaram em uma ferramenta útil para astrônomos encontrarem planetas ao redor de estrelas, ampliar galáxias muito distantes e mapear a distribuição da matéria escura pelo universo.

Fonte: HubbleSite