Foto do Hubble mostra duas galáxias espirais em conjunção, não em colisão
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 03 de Janeiro de 2022 às 18h50
Uma imagem registrada pelo Telescópio Espacial Hubble revela uma conjunção entre duas galáxias. A galáxia espiral NGC 105, localizada a 215 milhões de anos-luz da Terra, parece estar em uma colisão inevitável com sua galáxia vizinha, mas, na verdade, essa impressão não passa do alinhamento casual de suas posições no céu.
- Fotos do Hubble mostram nebulosas iluminadas por jatos de jovens estrelas
- Astrônomos encontram um novo tipo de estrela no coração de uma nebulosa
A galáxia NGC 105, descoberta em 1884 pelo astrônomo francês Édouard Stephan, está localizada em direção a constelação de Peixes e possui 83.700 anos-luz de diâmetro.
Embora a outra galáxia mais alongada, a LEDA 212515 — ainda pouco conhecida pelos astrônomos —, aparenta estar em rota de colisão com a NGC 105, ela, na verdade, está muito distante para que isto aconteça.
O que a imagem revela é uma conjunção casual no céu noturno — e esses eventos são comuns frequentes na astronomia. As próprias constelações observadas da Terra só apresentam padrões por conta do alinhamento das estrelas que as compõem.
Variáveis de distância
A imagem faz parte de um conjunto de dados do Hubble usados para examinar galáxias vizinhas que possuam dois fenômenos: as cefeidas e explosões cataclísmicas de supernovas. Enquanto o primeiro é uma de estrela de brilho variável, o segundo é o fim da vida de uma estrela massiva.
Estes fenômenos são fundamentais para medir as enormes distâncias do universo. “Ao medir o quão brilhantes eles aparecem quando observados da Terra, essas 'velas padrão' podem fornecer medições de distância confiáveis”, disseram os astrônomos da Agência Espacial Europeia (ESA) envolvidos na análise.
A NGC 105 possui muitas supernovas e cefeidas, dando aos astrônomos a chance de calibrar as duas técnicas de medição de distâncias com a máxima precisão possível. Recentemente, a galáxia também foi usada para medir a velocidade com a qual o universo se expande.
Fonte: ESA/Hubble; Via Sci-News