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Explosão de raios gama revela morte de estrelas em antiga galáxia

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESO/L. Calçada
ESO/L. Calçada

Uma longa explosão de raios gama encontrada recentemente sugere que estrelas chegaram ao fim de seus ciclos de forma nunca vista. Enquanto astrônomos procuravam a origem da explosão, eles descobriram evidências de uma colisão de estrelas ou dos restos delas. Chamado GRB 191019A, o evento parece ter acontecido na região próxima do buraco negro supermassivo de uma antiga galáxia.

Normalmente, as explosões de raios gama (ou GRBs, na sigla em inglês) são causadas por estrelas massivas que explodiram, ou pela fusão de estrelas de nêutrons. Além disso, existe também a possibilidade de acontecerem graças à colisão de remanescentes estelares, organizados em sistemas binários.

Já a GRB encontrada parece pertencer a um quarto tipo, envolvendo estrelas na região do núcleo galáctico. Estas estrelas fazem parte de antigas galáxias, cujos núcleos estão repletos de objetos como anãs brancas, estrelas de nêutrons e buracos negros. Por isso, os astrônomos já suspeitavam que era questão de tempo até que algum destes objetos colidissem, produzindo uma GRB.

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A explosão observada pode ser a primeira evidência de um processo do tipo. Os primeiros sinais dela foram encontrados em outubro de 2019, quando o observatório Neil Gehrels Swift, da NASA, detectou um flash de raios gama que brilhou por pouco mais de um minuto. Pode parecer pouco, mas para os astrônomos, qualquer GRB que dure mais de dois segundos é considerada longa.

Com observações do telescópio Gemini sul, astrônomos descobriram que a GRB veio de uma região a menos de 100 anos-luz do núcleo de uma galáxia antiga, e não havia sinais de que alguma supernova tenha ocorrido por lá. “Nossa observações de acompanhamento mostraram que, ao invés de uma estrela massiva colapsando, a explosão foi provavelmente causada pela fusão de dois objetos compactos”, explicou Andrew Levan, autor principal do estudo.

É raro que colisões de estrelas de nêutrons e buracos negros causem GRBs em ambientes galácticos comuns. Já nas galáxias antigas, as regras do jogo são outras: o núcleo delas pode ter um milhão de estrelas ou mais, agrupadas em uma região de poucos anos-luz. Esta população estelar pode ter densidade suficiente para causar colisões ocasionais, principalmente porque estão sob a influência da gravidade do buraco negro supermassivo da galáxia.

Em algum momento, estas estrelas iriam colidir, causando explosões tão intensas que seriam visíveis a grandes distâncias. Contudo, elas podem ter passado despercebidas por causa do gás e poeira no centro das galáxias, que pode ter ocultado o brilho inicial destas GRBs e a luz que seria emitida depois. Já a GRB 191019A pode ser uma exceção, capaz de ajudar os astrônomos a estudar a explosão e seus efeitos.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; Via: NOIRLab

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