Explosão cósmica vista há 180 anos em Eta Carinae ganha novas fotos
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper | •

O telescópio Chandra, da NASA, passou mais de 20 anos estudando uma erupção em Eta Carinae, que foi observada em meados de 1840. Ao analisar dados do telescópio XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia, cientistas descobriram que a matéria ejetada pela explosão continua se expandindo a altíssima velocidade.
Eta Carinae é um sistema formado por duas estrelas massivas: uma tem cerca de 90 massas solares, e a outra, 30. Em 1843, observadores notaram que o objeto passou por explosão tão intensa que perdeu entre 10 e 45 vezes a massa do nosso Sol.
O evento ficou conhecido como Grande Erupção, e a matéria ejetada formou um par denso de nuvens gasosas esféricas. Hoje, elas são chamadas de nebulosa do Homúnculo, e ficam em lados opostos das duas estrelas.
Agora, os astrônomos usaram o telescópio Chandra para acompanhar as mudanças em Eta Carinae em 1999, 2003, 2009, 2014 e 2020, que aparecem no vídeo abaixo:
Há cerca de 50 anos, astrônomos descobriram que havia um anel brilhante de raios X cercando a nebulosa. Com os novos dados do Chandra, cientistas descobriram que o anel se expandiu e que está acompanhado por outro que, até então, havia passado despercebido.
Michael Corcoran, autor que liderou o estudo, explica que o envelope de raios X parece ser a onda da Grande Erupção vista na década de 1840. Como o novo envelope de raios X e aquele já conhecido têm formato e orientação parecidos, eles podem ter a mesma origem.
Os autores propõem que Eta Carinae havia liberado material entre 1200 e 1800, ou seja, muito antes de a Erupção. Depois, este material mais lento brilhou em raios X, enquanto a onda rápida da Grande Erupção atravessou o espaço e colidiu com a matéria ali. Desta forma, ela aqueceu e criou o anel brilhante em raios X.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.
Fonte: The Astrophysical Journal; Via: NASA, Chandra