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Estudante brasileiro tira fotos detalhadas da Lua, Via Láctea e mais

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Guilherme Albuquerque Bellini
Guilherme Albuquerque Bellini

O céu noturno esconde inúmeras galáxias, nebulosas e objetos incríveis que são invisíveis aos nossos olhos mas que podem ser revelados com a ajuda de equipamentos e algumas técnicas. Prova disso são as novas fotos feitas por Guilherme Bellini, membro do Observatório Didático de Astronomia "Lionel José Andriatto", da Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Entre junho e julho, a equipe do observatório fez cliques de nebulosas, da galáxia Centaurus, da Lua e até da faixa da nossa Via Láctea se estendendo pelo céu. “Os objetos foram escolhidos em virtude da época do ano, que favorece sua observação”, explicou Guilherme em entrevista ao Canaltech

Na imagem, nossa galáxia aparece marcada por várias estrelas e nebulosas. “Na foto, podemos perceber a Nebulosa da Lagoa, que fica localizada bem ao centro da imagem e possui uma coloração rosa; logo ao lado, temos a Nebulosa Trífida; mais abaixo na imagem, vemos duas nebulosas bem avermelhadas, são essas a Nebulosa Pata de Gato e a Nebulosa da Lagosta”, descreveu ele. 

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Outro registro destaca a Nebulosa Trífida, uma nuvem cósmica encontrada a 9 mil anos-luz da Terra. “A Nebulosa Trífida, por exemplo, é uma nebulosa que localiza-se na constelação de Sagitário, essa constelação tem sua observação favorecida no inverno. Portanto, a nebulosa também se mostra no inverno, época do ano perfeita para fotografá-la”, acrescentou ele. 

A Nebulosa da Pata de Gato, visível em meio à faixa da Via Láctea, fica a 5.500 anos-luz da Terra. Este “felino cósmico” é uma nebulosa de emissão que pode ser observada na direção da constelação de Scorpius, o Escorpião. Também é por ali que fica a Nebulosa da Lagosta, uma nuvem cósmica difusa a 5.500 anos-luz da Terra com estrelas jovens em seu interior.

Por fim, Bellini registrou a galáxia Centaurus A, encontrada a 10 milhões de anos-luz de nós. Esta é uma galáxia gigante do tipo elíptica, sendo também a galáxia de rádio mais próxima da Terra. 

Como tirar fotos do céu

O astrofotógrafo explicou que as fotos foram feitas com um telescópio refletor com abertura de 20,3 cm, onde foi acoplada uma câmera do tipo DLSR. “O telescópio serve para ampliar a imagem astro em questão, e a câmera possui um sensor sensível capaz de capturar estruturas que não são visíveis aos nossos olhos”, disse ele. 

Para registrar tantos detalhes no céu, é necessário usar a chamada longa exposição, técnica em que o sensor da câmera fica exposto à luz por mais tempo. “Assim, conforme mais luz é capturada pelo sensor, mais dados serão coletados e, por isso, as estruturas tênues dos objetos celestes serão reveladas”, acrescentou o estudante. 

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Se você quiser experimentar tirar fotos do céu noturno sem ter um telescópio em mãos, não se preocupe, pois smartphones podem capturar ótimas imagens.

Segundo ele, a dica é usar um modo do dispositivo que permita acesso às configurações da câmera. Depois, é só realizar o ajuste para alguns segundos de exposição. “Isso, somado a um tripé estável, é capaz de fazer registros maravilhosos do espaço”, finalizou Bellini.