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Estrelas "dançam" ao redor de buraco negro no centro da Via Láctea; veja imagens

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Dezembro de 2021 às 17h25

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ESO/GRAVITY collaboration
ESO/GRAVITY collaboration

As imagens mais detalhadas e nítidas do núcleo da Via Láctea, onde habita o buraco negro supermassivo Sagitário A* (ou Sgr A*), foram obtidas por astrônomos através do Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul (ESO). As imagens revelaram a órbita das estrelas perto do objeto, incluindo uma que ainda não havia sido descoberta.

O buraco negro no coração da Via Láctea está “adormecido”, ou seja, não se alimenta atualmente de nenhuma matéria considerável. Por isso, não há emissões em raios-X jatos relativísticos, como aqueles encontrados na galáxia M87. Então, a melhor maneira de estudar o buraco negro é pelas órbitas das estrelas.

Reinhard Genzel, ganhador do Prêmio Nobel de Física 2020 por sua pesquisa que comprovou a existência do Sgr A*, é um dos autores do novo estudo. "Seguir estrelas em órbitas próximas ao redor de Sagitário A* nos permite sondar com precisão o campo gravitacional ao redor do buraco negro supermassivo mais próximo da Terra, para testar a relatividade geral e determinar as propriedades do buraco negro", ele disse.

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Novas medidas do buraco negro supermassivo

Realizadas entre março e julho de 2021, as medições apontam que o Sgr A* tem 4,3 milhões de massas solares e fica a 27.000 anos-luz de distância da Terra. Essas são as estimativas mais precisas já obtidas até agora. Mas o destaque do estudo fica para a estrela S300, descoberta pela equipe durante essas observações.

Encontrar no centro da galáxia novas estrelas identificáveis, que possam ser monitoradas e medidas, não é uma tarefa fácil porque esses objetos têm brilho relativamente fraco. Mas os avanços tecnológicos do ESO e do projeto internacional GRAVITY, que está desenvolvendo novas técnicas de análise de imagens do centro da Via Láctea, os astrônomos esperam descobrir estrelas ainda mais fracas no futuro.

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O objetivo de encontrar tais estrelas é mapear suas órbitas para restringir ainda mais as propriedades do buraco negro ao qual elas orbitam, em especial sua rotação. Após a conclusão do Extremely Large Telescope, o próximo grande telescópio óptico do ESO que deve ficar pronto em 2025, os pesquisadores esperam ainda mais surpresas.

Na pesquisa, os astrônomos observaram ainda a estrela S29, a mais próxima do buraco negro, dentre as já conhecidas. Ela passa pelo Sgr A* a uma distância de apenas 13 bilhões de quilômetros, ou cerca de 90 UA (uma UA corresponde à distância média entre o Sol e a Terra). Isso é um pouco maior que a distância entre a borda externa do cinturão de Kuiper e o Sol, mas ainda é menor que todo o diâmetro do Sistema Solar.

A nova pesquisa foi publicada em dois artigos na revista Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Astronomy & AstrophysicsESO; via: Space.com