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Estes meteoritos de diferentes origens têm compostos orgânicos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Janeiro de 2023 às 15h52

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Reprodução/urikyo33/Pixabay
Reprodução/urikyo33/Pixabay

Novas análises de um meteorito formado há centenas de milhões de anos em Marte, e de outro, vindo de um asteroide, revelaram uma característica comum: ambas as rochas espaciais apresentam grande diversidade de compostos orgânicos. A descoberta vem de estudos de pesquisadores da Universidade Técnica de Munique Helmholtz e da Universidade de Londres.

Chamado “Tissint”, o meteorito marciano caiu no Marrocos há mais de 11 anos e é um dos poucos meteoritos de Marte já observados enquanto desciam à superfície. Ele foi formado no passado do Planeta Vermelho e lançado ao espaço por meio de um evento violento, de modo que estudá-lo pode ajudar os cientistas a entender melhor o passado da Terra e até a possibilidade de Marte ter abrigado vida.

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Ao analisar a composição, os pesquisadores descobriram uma ligação entre o tipo e diversidade das moléculas e minerais específicos. Foi assim que eles elaboraram um catálogo amplo dos compostos orgânicos identificados na rocha espacial, que revelam detalhes dos processos que ocorreram no manto e crosta de Marte.

O que mais chamou a atenção deles foi a abundância de compostos orgânicos de magnésio, um grupo de moléculas ainda não observadas no planeta. Para os autores, os resultados podem ajudá-los a entender melhor os processos geoquímicos e de alta pressão que ajudaram a formar o interior de Marte, revelando também uma conexão entre o ciclo do carbono e a evolução mineral.

Já o meteorito Winchcombe, que caiu na rodovia homônima em 2021, revelou pouca quantidade, mas grande variedade de matéria orgânica em sua estrutura. Isso mostra que ele era parte de um asteroide onde ocorreu água em estado líquido — e que se este teve acesso à água, pode ter ocorrido alguma reação química capaz de transformar mais moléculas em aminoácidos e proteínas, os blocos construtores da vida como conhecemos.

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Queenie Chan, pesquisadora que liderou a análise, explica que o meteorito Winchcombe pertence a um tipo raro de meteoritos carbonáceos. “Estudar o inventário orgânico dele nos ofereceu uma janela ao passado, de como a química simples iniciou a vida no nascimento do nosso Sistema Solar”, disse. “Descobrir estas moléculas orgânicas precursoras nos permitiu compreender a queda de materiais similares à superfície da Terra antes da emergência da vida em nosso próprio planeta”, finalizou.

As moléculas orgânicas contêm carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre e, às vezes, outros elementos. Normalmente, elas são associadas à vida, mas é importante lembrar que estudos de outros meteoritos mostraram que estas moléculas podem ser formadas também por processos não biológicos.

O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Science Advances.

Fonte: Science Advances; Via: Carnegie ScienceUniversity of London