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Este objeto estranho "acende" no céu três vezes a cada hora

Por| Editado por Patricia Gnipper | 27 de Janeiro de 2022 às 08h15

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Um objeto nunca observado antes foi encontrado a 4.000 anos-luz de distância, liberando uma explosão gigante de energia três vezes por hora. O comportamento é semelhante ao de pulsares, exceto que estes emitem acendem e apagam em milissegundos ou segundos. O novo objeto brilha por apenas 60 segundos a cada vinte minutos.

O feixe de radiação emitido pelo objeto em longos intervalos cruza nossa linha de visão e, sempre que aparece nos radiotelescópios, se torna uma das fontes de rádio mais brilhantes do céu. A equipe que o encontrou cogita algumas possibilidades, como estrelas de nêutrons exóticas ou uma anã branca com um campo magnético surpreendentemente forte.

Objetos que “ligam e desligam” no céu são chamados de transitórios e são familiares para os astrônomos. Entre eles, estão as supernovas (transitórios lentos), que podem aparecer ao longo de dias e desaparecer após alguns meses, e os pulsares (transitórios rápidos), que brilham por segundos ou milésimos de segundos, como um “pisca-pisca” no céu.

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Entretanto, nenhum deles é tão lento quanto o novo objeto. Menor que o Sol e mais brilhante do que o esperado, ele emite ondas de rádio altamente polarizadas, sugerindo que seu campo magnético — o responsável por polarizar as ondas eletromagnéticas — é bastante poderoso. Ao ser polarizadas, as ondas de rádio são orientadas na mesma direção.

A Dra. Natasha Hurley-Walker, do nó da Universidade Curtin do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia, disse que as observações coincidem com um objeto teórico chamado “magnetar de período ultra-longo”. Embora seja previsto pelos astrofísicos, nunca havia sido visto antes.

Magnetares são um tipo de estrela de nêutrons com campo magnético ultrapoderoso, e a ciência prevê que alguns deles podem girar lentamente. “Mas ninguém esperava detectar diretamente um como este porque não esperávamos que fossem tão brilhantes”, explica Hurley-Walker. “De alguma forma, está convertendo energia magnética em ondas de rádio de forma muito mais eficaz do que qualquer coisa que já vimos antes.”

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Agora, os astrônomos precisam detectar outros objetos semelhantes a este para descobrir do que se trata e o quão raros ou comuns eles são em nossa galáxia. Se esse objeto demorou tanto para ser descoberto, é possível que se trate de uma população maior de objetos que nunca haviam sido encontrados antes.

Se este for um evento único, no entanto, os cientistas terão apenas os dados de uma única amostra para analisar e classificar o objeto corretamente. Um grande aliado nessa pesquisa será o radiotelescópio do Square Kilometer Array, o maior do mundo, a ser construído em duas mega-instalações: uma na África do Sul e outra na Austrália.

O estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: ICRAR, Nature