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Estágio de foguete chinês pode realizar reentrada descontrolada na atmosfera

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Abril de 2021 às 18h20

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Reprodução/CCTV/framegrab
Reprodução/CCTV/framegrab

Nessa semana, a China lançou com sucesso o módulo Tianhe, o primeiro da futura estação espacial Tiangong-3. O lançamento foi feito com um foguete Long March 5B, uma versão do maior veículo da frota chinesa, mas a má notícia é que, após o lançamento, um dos estágios do foguete foi parar na órbita. Agora, o estágio em questão está voltando para a Terra lentamente em uma trajetória imprevisível.

O módulo Tianhe, de 22,5 toneladas métricas, foi levado para a órbita com o foguete Long March 5B, equipado com quatro propulsores e um estágio central massivo. Assim, o módulo se separou do estágio central após alguns minutos e seguiu para a órbita planejada inicialmente. O problema é que, após cumprir seu objetivo, o estágio central do veículo está na órbita terrestre, o que significa que ele está interagindo com a atmosfera e, gradualmente, será atraído de volta para a Terra.

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Nem todo estágio central consegue chegar até a órbita, já que muitos são criados para alcançar altitudes maiores, sair e descer em zonas de reentradas pré-definidas e seguras. No caso do Long March 5B, era esperado que ele saísse de órbita após alcançar o espaço, mas isso não aconteceu — até surgiu alguma especulação se o estágio central do foguete iria realizar uma manobra para isso, mas não houve informações sobre o procedimento em uma conferência realizada na China na última quinta-feira (29).

Alguns radares em solo usado por militares dos Estados Unidos para o rastreamento de espaçonaves e outros objetos já identificaram um estágio, que foi catalogado como Long March 5B. Agora chamado de 2021-035B, o estágio de quase 30 metros de extensão está em uma órbita de altitude de 170 km a 372 km, viajando a mais de 7 km/s. Além disso, uma possível observação amadora em solo do estágio mostrou brilhos regulares, o que sugere que ele está tombando e, portanto, fora de controle.

Agora, os oficiais em solo tentam descobrir onde o estágio pode cair, uma tarefa praticamente impossível. Como o componente orbita a Terra a cada uma hora e meia, alguns minutos breves podem significar uma mudança de milhares de quilômetros no ponto de reentrada. Então, a menos que o componente seja completamente queimado ao atravessar a atmosfera — o que dificilmente vai acontecer —, a entrada descontrolada dos detritos pode ter graves consequências se atingir uma área habitada.

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Por enquanto, a inclinação orbital do Long March 5B mostra que o veículo está passando um pouco mais ao norte do que Nova York, Madri e Pequim, e segue ao sul até as regiões mais ao sul no Chile e Wellington, na Nova Zelândia, de modo que a reentrada poderá acontecer em qualquer ponto destas áreas. É provável que alguns detritos sobrevivam ao calor intenso da reentrada e caiam no oceano ou em áreas desertas, mas a maior preocupação é do risco para pessoas e propriedades.

A China não é o único país a ter partes de foguetes realizando reentradas descontroladas: recentemente, o segundo estágio de um foguete Falcon 9, da SpaceX, caiu no Oceano Pacífico. Felizmente, ninguém se feriu, e o evento proporcionou um incrível show de luzes para quem conseguiu observar o retorno do componente.

Fonte: Futurism, SpaceNews