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Eclipse solar desta semana não será visível no Brasil; entenda o fenômeno

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Junho de 2021 às 17h30

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Neelam/Ajay Talwar
Neelam/Ajay Talwar

Nesta quinta-feira (10), acontecerá um eclipse solar anular, fenômeno raro que ocorre quando a Lua se posiciona perfeitamente alinhada entre o Sol e a Terra.

Trata-se de um evento semelhante ao eclipse solar total, mas, em um eclipse anular, a Lua não cobre o disco solar por completo — quando o Sol desaparece atrás do satélite natural, um “anel de fogo” se forma ao redor da sombra lunar.

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Infelizmente, o fenômeno não será visível no Brasil. A fase anular do eclipse poderá ser apreciada em partes da Rússia, Groenlândia e norte do Canadá, enquanto o norte da Ásia, Europa e Estados Unidos verão um eclipse parcial, no qual a Lua passará apenas sobre uma parte do disco solar. A nós, brasileiros, restará acompanhar o fenômeno por meio de transmissões online — disponíveis no final desta matéria.

Como acontece um eclipse solar anular

Um eclipse solar acontece quando a Lua se move entre o Sol e a Terra, lançando uma sombra na Terra e bloqueando a luz solar em algumas áreas. Durante um eclipse anular, entretanto, a Lua está mais distante da Terra (em comparação à distância em que ela se encontra durante os eclipses solares totais). Por isso, ela terá um diâmetro aparente menor, na nossa perspectiva, e não conseguirá cobrir o Sol por completo.

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Desse modo, ainda que ambos os astros estejam perfeitamente alinhados, nossa estrela ainda exibirá um contorno ao redor do círculo escuro formado pela Lua. Por isso o eclipse solar anular também é apelidado de “anel de fogo”. O evento é relativamente raro, mas os astrônomos já sabem quando acontecerá os próximos. De acordo com o astrofísico e professor do Centro Universitário FEI, Cássio Barbosa, essas previsões foram possíveis “a partir de observações acumuladas ao longo de milênios”.

Foi graças a essas observações realizadas por inúmeros astrônomos que a humanidade conseguiu “determinar as características das órbitas da Lua e da Terra com precisão, de modo a produzir tabelas com as datas e horários dos eventos com bastante precisão", explicou Barbosa ao Canaltech. Assim, sabemos que, no dia 14 de outubro de 2023, haverá um novo eclipse solar anular — dessa vez visível aqui no Brasil, principalmente nas regiões acima da linha do equador. Além disso, também haverá um eclipse solar total no final de 2021, mas não será visível no Brasil.

Mas por que esses eclipses são raros? É que eles exigem a combinação de uma série de fatores, tais a Lua Nova estar em um nodo lunar, ou seja, em um dos pontos onde a órbita da Lua cruza a eclíptica (termo para a trajetória aparente do Sol observada a partir da Terra). Com isso, a Terra, a Lua e o Sol estão ao mesmo tempo em uma linha reta (ou quase reta). Por fim, a Lua deve ficar perto de seu ponto mais distante da Terra, chamado apogeu. Assim, a borda externa do Sol permanece visível ao redor da Lua.

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O motivo de não ser um evento visível em todos os lugares do mundo onde é dia é bastante simples: a sombra da Lua não é grande o suficiente para cobrir toda a face da Terra que está voltada para o Sol. O movimento dessa sombra lunar pode ser acompanhado na animação abaixo.

Como acompanhar o eclipse solar anular

Se você estiver em uma das regiões contempladas, poderá ver o eclipse desta quinta-feira (10) a partir das 08h12 (no fuso horário UTC), com a fase total durando cerca de 3 minutos e 51 segundos. É importante usar óculos especiais, como alerta o professor Barbosa. “Não se deve olhar diretamente para o Sol sob nenhuma circunstância, pois seu brilho é tão intenso que pode deixar sequelas irreversíveis na visão”, disse.

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Ele também afirma que a única ocasião em que podemos olhar para o Sol diretamente é durante os poucos minutos em que ocorre a etapa de totalidade em um eclipse solar (o que não ocorre no eclipse anular). Ainda assim, o ideal é proteger os olhos em todas as circunstâncias. “Quando temos um eclipse ‘anular', como o desse ano, uma fresta estreita e brilhante em forma de anel ainda faz com que seja perigoso observar o Sol”, complementa o astrofísico.

Uma das opções para proteger seus olhos é providenciar uma “câmera pinhole”, que pode ser feita em poucos minutos com materiais que você pode encontrar na sua casa, conforme este vídeo da NASA:

Acompanhar um eclipse sempre é uma oportunidade para despertar o interesse de crianças e adolescentes na ciência. O professor Barbosa lembra que, para manter esse interesse aceso, basta “procurar acompanhar as novidades de astronomia e espaço através de sites especializados e perfis de divulgação de astronomia no YouTube, Instagram, Twitter e outras redes sociais. Além deles, várias instituições, como o INPE, o Observatório Nacional e o Observatório do Valongo, promovem programas ao vivo para falar e discutir ciência com o público em geral”.

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Aproveitando, o Canaltech perguntou ao astrofísico como os já interessados no assunto podem se aprofundar nos estudos para se tornar um astrônomo. A “dica de ouro” de Barbosa é “estar sempre procurando as novidades em fontes confiáveis. A astronomia e ciências espaciais atingiram um nível em que, de uma semana para a outra, os conceitos podem mudar. Além de se manter bem informado, quem quiser se aprofundar mais no assunto, pode fazer os cursos de astronomia de instituições como a USP, a Universidade Federal do ABC e INPE. Todos eles são preparados e ministrados por astrônomos e não têm custo algum”.

Caso você esteja no Brasil ou em outras regiões onde o eclipse solar anular desta semana não será visível, haverá transmissões ao vivo através do YouTube. Entre as mais interessantes, estão a live do Time And Date e do canal do Gian Masi, membro do Virtual Telescope Project. Para assistir, basta reproduzir os vídeos abaixo a partir das 5h da manhã (horário de Brasília) do dia 10 de junho:

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Fonte: timeanddate.com