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Dupla de quasares prestes a se fundir é encontrada no início do universo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Abril de 2023 às 18h50

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Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/M. Zamani, J. da Silva
Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/M. Zamani, J. da Silva

Uma dupla de galáxias com buracos negros supermassivos ativos em seus núcleos estão prestes a se fundir e uma equipe de astrônomos conseguiu observá-las com a ajuda de vários telescópios. As imagens obtidas são de quando o universo tinha apenas três bilhões de anos.

As galáxias são classificadas como quasares — seus buracos negros estão ejetando um jato de seus polos à medida que se alimentam de matéria. Esse tipo de objeto é um dos mais energéticos e luminosos do universo.

Com apenas 10.000 anos luz de distância entre as duas galáxias (denominadas SDSS J0749+2255), é iminente uma fusão que resultará em uma nova galáxia gigantesca, com uma eventual colisão entre dos dois buracos negros supermassivos centrais.

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Embora essa fusão esteja perto de acontecer em escala de tempo cósmica, isso não ocorrerá dentro do período de uma vida humana. De qualquer forma, a descoberta é emocionante por ser a primeira vez que um par de buracos negros supermassivos nessas condições.

Observações anteriores identificaram galáxias semelhantes nos estágios iniciais de fusão, mas não a uma distância tão curta. O sistema SDSS J0749+2255 consiste em um par tão próximo que foi difícil distinguí-los separadamente. A fusão entre os objetos em uma única galáxia elíptica super gigante é inevitável.

A dificuldade de encontrar duplas assim não é por se tratar de um sistema raro no universo, mas pelo desafio de detectar quasares tão próximos e, ainda assim, distinguíveis como dois objetos individuais. Assim, é necessário que os dois buracos negros supermassivos estejam acumulando matéria brilhante e emitindo jatos simultaneamente — essa, sim, é uma condição rara.

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A época em que se localizam, cerca de 10 bilhões de anos-luz atrás no tempo e em distância, é conhecida como meio-dia cósmico — um período em que a formação estelar ocorria em taxa acelerada. Conhecer sistemas como o SDSS J0749+2255 nessa época do cosmos é ainda mais importante para descobrir mais sobre o que acontecia naquela fase da evolução do universo.

Não foi fácil identificar e confirmar o que a equipe estava vendo nos dados dos telescópios. Por isso a necessidade de usar os arquivos de observatórios como Gaia da ESA e outros, cobrindo comprimentos de onda de luz dos raios-X ao rádio, para garantir que não se tratava da lente gravitacional de uma galáxia ampliando a imagem da outra.

Os instrumentos Gemini Multi-Object Spectrograph e GNIRS, do observatório Gemini North, também forneceu informações importantes, como medições da distância de cada um dos quasares. Assim, a equipe confirmou que ambas eram, de fato, quasares.

Segundo Yu-Ching Chen, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, autor principal deste estudo, duplas de quasares como esta não são fáceis de encontrar neste período do universo. “Saber sobre a população progenitora de buracos negros acabará por nos dizer sobre o surgimento de buracos negros supermassivos no início do universo e quão frequentes essas fusões podem ser”, disse.

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A pesquisa com seus resultados foi publicada na revista Nature.

Fonte: Nature, NOIRlab