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Descobertas explosões cósmicas 100 vezes mais brilhantes que o Sol

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Aaron M. Geller, Northwestern University
Aaron M. Geller, Northwestern University

Astrônomos descobriram um novo tipo de explosões cósmicas na Pequena e na Grande Nuvem de Magalhães, as galáxias satélite da Via Láctea. Chamadas “milinovas”, estes fenômenos emitem grandes quantidades de raios X e poderiam muito bem ter sido descobertos há anos, mas passaram despercebidos. 

A equipe descobriu as explosões enquanto analisavam os dados obtidos durante 20 anos pelo Optical Gravitational Lensing Experiment (OGLE) em busca sinais de buracos negros deixados após o Big Bang. Eles são conhecidos como buracos negros primordiais, e talvez estivessem no halo de matéria escura ao redor da Via Láctea.

Przemek Mróz, membro da equipe e cientista da Universidade de Varsóvia, comentou que eles encontraram estrelas variáveis exibindo explosões simétricas e triangulares diferentes de qualquer outra já vista. “Encontramos este novo grupo de estrelas por acaso”, acrescentou. 

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Apesar de não terem encontrado os buracos negros que queriam, os autores se depararam com as milinovas, as fontes estelares de raios X. Os dados do OGLE mostraram que as galáxias tinham alguns objetos que ficaram até 20 vezes mais brilhante em questão de meses, enquanto outros exibiram explosões súbitas em períodos determinados. 

Um evento ali chamou a atenção da equipe. Trata-se de OGLE-mNOVA-11, que sofreu uma explosão no fim do ano passado e permitiu que os autores estudassem o objeto mais detalhadamente e descobrissem mais sobre ele. Foi assim que eles concluíram que os raios X ali vieram de gases aquecidos a mais de 600.000 ºC, quase o triplo da temperatura da estrela mais quente do universo.

Além disso, OGLE-mNOVA-11 é 100 vezes mais quente que a temperatura de superfície do Sol. Se tivesse ocorrido em nosso Sistema Solar, o fenômeno teria sido 100 vezes mais brilhante que o nosso astro! “Acreditamos que OGLE-mNOVA-11, ASASSN-16oh e os outros 27 objetos formam uma nova classe de fontes transitórias de raios X”, acrescentou Mróz. “Nós os chamamos de milinovas, pois seu pico de brilho é cerca de mil vezes menor do que o das novas clássicas”, explicou ele. 

Eles ainda não sabem exatamente o que está por trás das milinovas, mas suspeitam que as culpadas sejam as anãs brancas. Elas são objetos densos, e são o que sobra quando estrelas parecidas com o Sol esgotam suas reservas de combustível para a fusão nuclear que sustenta suas estruturas. 

“Nós acreditamos que as milinovas são sistemas estelares binários compostos por uma anã branca e uma estrela subgigante, uma estrela que esgotou o hidrogênio em seu núcleo e se expandiu”, disse Mróz. “As duas estrelas orbitam uma em torno da outra com um período de apenas alguns dias. A proximidade permite que o material vá da subgigante para a anã branca”, comentou ele. 

Nos próximos passos, os autores vão monitorar em tempo real o brilho dos 29 objetos enquanto aguardam uma nova explosão. “Também planejamos realizar mais observações de acompanhamento para entender melhor os processos físicos responsáveis por estas explosões”, finalizou. 

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters.

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Fonte: Space.com