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Danos irreparáveis | Museu teme cortar o ônibus espacial Discovery em pedaços

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Divulgação/Museu do Ar e Espaço
Divulgação/Museu do Ar e Espaço

O histórico ônibus espacial Discovery, da NASA, corre o risco de sofrer danos irreparáveis devido a uma disputa envolvendo seu deslocamento entre diferentes locais nos Estados Unidos — além de a mudança representar um gasto milionário.

O veículo da agência espacial norte-americana está atualmente em exposição no Museu Nacional do Ar e do Espaço, gerido pelo Smithsonian, localizado em Chantilly, no estado da Virgínia.

Contudo, uma iniciativa que começou com os senadores republicanos do Texas John Cornyn e Ted Cruz, posteriormente incorporada a um projeto de lei de Trump em julho de 2025, prevê o retorno do ônibus para a sede do Centro Espacial Johnson, da NASA, em Houston, no estado texano.

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Ônibus espacial histórico

O Discovery entrou em serviço em 1984, tornando-se o terceiro ônibus espacial da história a ultrapassar a fronteira terrestre. O veículo da NASA voou em 39 missões orbitais, passou um total de 365 dias no espaço e viajou cerca de 240 milhões de quilômetros.

Ao longo de pouco mais de 26 anos de atividade, o ônibus histórico transportou 184 pessoas ao espaço, além de atuar em missões de lançamento e recuperação de satélites e observatórios científicos, como o Telescópio Espacial Hubble, e na montagem e manutenção da Estação Espacial Internacional (ISS).

Sua última viagem foi realizada em fevereiro de 2011 e, no ano seguinte, ele foi transferido para o Museu Nacional do Ar e do Espaço.

Risco de desmontagem e valor milionário

Na atual disputa, o Smithsonian afirma que tanto a NASA quanto o museu foram instruídos pelo Escritório de Administração e Orçamento dos EUA a se prepararem para realizar a mudança de sede do veículo em um prazo de 18 meses. Mas esse transporte pode danificar a estrutura do ônibus.

A NASA e o Museu Nacional do Ar e do Espaço ressaltaram, em carta enviada a comitês do Congresso norte-americano, que, para ser movido, o Discovery teria de passar por uma “desmontagem significativa”, o que poderia resultar na destruição do seu "valor histórico".

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O texto aponta que a mudança pode custar entre US$ 120 milhões e US$ 150 milhões, valores que não incluem a construção de uma nova instalação em Houston para a exibição do veículo. Esse montante excede os US$ 85 milhões previstos no projeto de lei sancionado pelo governo.

O Smithsonian também argumenta que é o proprietário legal do Discovery, afirmando que a NASA transferiu direitos, títulos e a propriedade do ônibus espacial para o museu em 2012.

Mobilização de movimentos civis e de senadores

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Joe Stief, organizador do movimento “Keep The Shuttle” (“Mantenha o Ônibus Espacial”, em tradução livre), afirma que o cenário é “alarmante”, visto que o veículo não foi projetado para ser desmontado, e que asas, compartimento de carga e cabine poderiam sofrer danos catastróficos.

"Seria preciso remover centenas, provavelmente milhares, de placas térmicas. Seria preciso retirar as mantas térmicas brancas (um tecido que cobre grande parte do exterior do ônibus espacial). Seria preciso cortar todos esses conectores do veículo, que tem quilômetros e quilômetros de fiação, tubos e outros componentes", pontuou Stief ao Space.com.

Em meio a essas afirmações, senadores norte-americanos como Mark Kelly, Mark Warner, Tim Kaine e Richard Durbin defendem a permanência do veículo na Virgínia, enquanto Cornyn e Cruz argumentam que a transferência não exigiria a desmontagem do Discovery.

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Fonte: Space; NASA; Museu Nacional do Ar e Espaço