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Cometa gigante de possível origem interestelar sobrevive à passagem pelo Sol

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Fevereiro de 2023 às 18h56

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SOHO
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Um cometa gigante fez sua aproximação máxima do Sol no dia 31 de janeiro, deixando para os astrônomos algumas pistas importantes sobre sua origem. Pesquisadores cogitam que se trate de um objeto interestelar, ou seja, se formou ao redor de outra estrela, fora do Sistema Solar.

Descoberto em 1986 pelo astrônomo Don Machholz, o cometa 96P/Machholz é um tanto misterioso. Sua órbita de apenas 5,29 anos ao redor do Sol o coloca entre os cometas de curto período, mas sua composição e outras características são bastante incomuns para objetos dessa categoria.

Havia certa preocupação entre os astrônomos de que o cometa pudesse se despedaçar ao se aproximar de nossa estrela, mas isso não aconteceu. Ainda assim, quatro fragmentos soltos foram detectados pelo telescópio espacial SOHO, da NASA, durante a passagem.

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O 96P/Machholz também chama a atenção pelas suas proporções: tem mais de dois terços da altura do Monte Everest! Aparentemente, o tamanho gigantesco o protege evaporação completa em todas as suas aproximações do Sol. O SOHO já o detectou fazendo cinco passagens próximas desde sua descoberta.

Suas aproximações do Sol fazem com que ele deixe alguns fragmentos para trás, produzindo até mesmo chuvas de meteoros que ocorrem na Terra, como os Quadrantids e Arietids. Seus fragmentos também já formaram duas famílias de cometas observadas pelo SOHO: os Marsden e os Kracht.

Agora, os cientistas esperam usar os dados de observações da passagem no dia 31 de janeiro para calcular melhor a quantidade de poeira que o 96P produz e descobrir quais materiais ele libera.

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Origem do 96P/Machholz

A origem do objeto, apelidado de Machholz 1, ou simplesmente 96P, ainda é incerta devido às suas características incomuns para um cometa de curto período.

Uma dessas características é a distância do Sol durante seu periélio (o ponto orbital de aproximação máxima de um objeto em relação ao Sol). Nessa ocasião, o cometa está mais perto de nossa estrela do que o planeta Mercúrio.

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Além disso, sua órbita é bastante excêntrica (elíptica) e inclinada em relação a outros objetos do Sistema Solar. Por fim, sua composição contém muito pouco carbono e cianogênio, ao contrário do que é observado em outros de sua “família”.

Os astrônomos consideram que essas propriedades sejam um indício de uma possível origem interestelar. Ele pode ter deixado seu sistema estelar original por meio de um “chute” gravitacional de um planeta gigante.

Após vagar pelo espaço interestelar, ele teria sido atraído por Júpiter, onde ficou “preso” na órbita ao redor do Sol. Por outro lado, também é possível que ele tenha se formado em regiões desconhecidas do Sistema Solar e seu cianogênio “vazou” durante suas muitas viagens ao redor de nossa estrela.

Fonte: Space.com, EarthSky