Civis da Polaris Dawn quebram recorde de altitude da Gemini 11
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |
De Portugal*
Na quarta (10), os membros da missão comercial Polaris Dawn chegaram a uma altitude maior que aquela alcançada por qualquer outro humano desde o fim do programa Apollo, na década de 1970. Cerca de 15 horas após o lançamento da missão, a cápsula Crew Dragon, da SpaceX, entrou em uma órbita elíptica cujo ponto mais alto chegou a 1.400,7 km.
- Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
- Polaris Dawn | Astrônomo comenta riscos da missão comercial da SpaceX
Eles alcançaram a altitude após a espaçonave completar algumas órbitas pela Terra, indo de 306 km de altitude a 1.930 km. A tripulação ficou a uma altitude mais que duas vezes maior que aquela alcançada pelo ônibus espacial que lançou o telescópio Hubble, superando também o recorde de 1.373 km alcançado em 1966 pela missão Gemini 11.
“Essa é a maior distância que humanos percorreram desde a última vez em que andaram na Lua, há mais de 50 anos”, comentou Jared Isaacman, comandante e bilionário patrocinador da Polaris Dawn, antes do lançamento na quarta (10). “Dois dos membros da minha tripulação, Sarah [Gillis] e Anna [Menon], vão ser as mulheres que viajaram mais longe da Terra, o que eu acho muito legal”, destacou. O quarto membro da tripulação é Scott "Kidd" Poteet, que serve como piloto.
Claro que este marco não foi alcançado simplesmente pelo recorde. Na verdade, os tripulantes viajaram a esta grande distância para coletar mais dados sobre como o ambiente espacial afeta o corpo humano e os sistemas da espaçonave.
Ao chegar tão longe, a Crew Dragon passou por partes do Cinturão Van Allen, uma zona de partículas eletricamente carregadas ao redor da Terra que nos protegem da radiação solar e raios cósmicos. “É muita energia que entra no veículo. É muita energia para ser retirada do veículo quando você volta para casa. É um ambiente de radiação diferente. É um ambiente diferente de micrometeoritos e detritos orbitais. Temos muito a aprender com isso em termos de saúde humana, ciência e pesquisa”, comentou Isaacman.
Os dados obtidos também vão ajudar a SpaceX a ajustar seus futuros veículos espaciais, já que a radiação pode causar interferências no sistema da nave. Esta foi a primeira vez em que telas touchscreen e outros equipamentos modernos foram expostos a tanta radiação.
Devido aos riscos, a espaçonave deve passar apenas 10 horas na altitude máxima, o menor tempo necessário para coletar os dados necessários. Depois, a Crew Dragon vai descer para uma órbita de 190 km por 700 km.
*A jornalista escreveu esta notícia direto de Faro
Fonte: Space.com