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Cientistas encontram pista de estrela de nêutrons "escondida" há mais de 30 anos

Por| 31 de Julho de 2020 às 13h20

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NRAO/AUI/NSF, B. Saxton
NRAO/AUI/NSF, B. Saxton

Com observações feitas pelo radiotelescópio ALMA e diversos estudos, duas equipes de astrônomos encontraram novas informações sobre uma estrela de nêutrons que, supostamente, estaria escondida no interior da supernova 1987A - algo que vinha intrigando astrônomos há mais de 30 anos. 

Essa estrela de nêutrons tem 25 km de diâmetro, é formada por matéria de grande densidade, e é extremamente jovem (possivelmente sendo a estrela de nêutrons mais jovem já encontrada). Imagina-se que ela tenha, na verdade, apenas 33 anos de idade.

Acontece que, há 33 anos, uma explosão formou a supernova 1987A, e os astrônomos consideraram que uma estrela de nêutrons havia se formado no centro dessa supernova - só que nunca conseguiram encontrar as evidências dessa formação. Agora, o radiotelescópio ALMA trouxe imagens de altíssima resolução do núcleo da supernova, que podem indicar o paradeiro da estrela: além da poeira que rodeia o núcleo, ele possui também uma formação que parece uma “bolha” quente. Essa bolha é brilhante, e está onde a estrela de nêutrons deveria estar.

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“Ficamos muito surpresos ao ver essa bolha quente feita por uma nuvem fina de poeira no que restou da supernova”, explica Mikako Matsuura, pesquisadora da equipe que encontrou a bolha com o ALMA. Entretanto, ela e sua equipe ainda ficaram intrigados pelo motivo que fazia a poeira brilhar; assim, eles suspeitaram que havia uma estrela de nêutrons escondida dentro da nuvem de poeira”. A suspeita foi confirmada pelo estudo publicado pelo pesquisador Dany Page. Na publicação, ele aponta que as estrelas de nêutrons podem emitir brilho intenso quando são jovens.

Agora, um novo estudo de Page e sua equipe embasa o que a equipe do ALMA havia imaginado: é possível que a estrela de nêutrons esteja alimentando a bolha do núcleo, e ela está na posição atual devido à explosão, que a movimentou até o local. A temperatura dessa estrela, de aproximadamente 5 milhões de graus Celsius, fornece energia o suficiente para explicar o brilho da bolha.

Remy Indebetouw, membro da equipe de imagem do ALMA, comenta a importância do radiotelescópio neste processo: "essa descoberta se construiu em cima de anos de observações do ALMA, que mostraram o núcleo da supernova cada vez mais detalhado em função das melhorias contínuas feitas no telescópio e no processamento de dados". Agora, é preciso ter paciência para os próximos passos, pois uma imagem direta da estrela de nêutrons seria a melhor prova da sua existência - só que ainda faltam algumas décadas até ser possível fotografá-la dessa forma.

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Fonte: Phys.org