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Cientista sugere maneira de descobrir se buracos de minhoca existem

Por| 25 de Outubro de 2019 às 15h00

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Alain r
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Se você é fã de ficção científica, especialmente de filmes ou séries que se passam no espaço sideral, já deve ter ouvido falar em buracos de minhoca. Trata-se de uma teoria da física sobre um atalho no espaço e no tempo em que um objeto poderia viajar entre dois pontos muito distantes em um período muito curto.

O assunto não é nada novo, tendo sido proposto pela primeira vez em 1921 pelo matemático alemão Hermann Weyl, apesar de o nome pelo qual conhecemos hoje só tenha sido criado em 1957. E é mais uma teoria que físicos e astrofísicos tentam provar (ou refutar de vez).

Um estudo recente publicado na revista Physical Review D defende uma teoria para detectar tais atalhos. O co-autor deste trabalho, o cosmólogo Dejan Stojkovic, acredita que seria possível encontrar um buraco de minhoca ao observar atentamente duas estrelas distantes. “Se você tem duas estrelas, uma de cada lado do buraco de minhoca, a estrela em nosso lado deveria sentir a influência gravitacional da estrela no outro lado. O fluxo gravitacional passaria através do buraco de minhoca”, explicou.

A partir dessa ideia, Stojkovic explicou que uma região a se observar seria o núcleo da galáxia, onde há forças gravitacionais intensas e a presença de buracos negros supermassivos. O buraco negro Sagittarius A*  (que fica no centro da Via Láctea) seria uma ótima opção pra se ficar de olho, buscando alguma anomalia que pudesse indicar um buraco de minhoca próximo.

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Mas não comemore ainda

O problema é que as técnicas de observação atuais não são sensíveis o suficiente para detectar esse tipo de coisa. Talvez isso seja possível nas próximas duas décadas, quando também já teremos observado a estrela S2, que circula próximo ao Sagittarius A*, arrisca o especialista. Mas, ainda assim, Stojkovic se mantém pessimista.

“Quando alcançarmos a precisão necessária em nossas observações, talvez possamos dizer que um buraco de minhoca é a explicação mais provável se detectarmos perturbações na órbita da S2. Mas não podemos dizer, ‘sim, isso é com certeza um buraco de minhoca’”, avaliou o cosmologista. Além do mais, não há como garantir que um buraco de minhoca seja realmente um atalho fisicamente viável para se viajar. “Realisticamente, você precisaria de uma fonte de energia negativa para manter o buraco de minhoca aberto, e nós não sabemos como fazer isso”, observou.

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Ou seja, mesmo que a gente consiga comprovar que os tais atalhos existam, não significa que a humanidade vá viajar pelo espaço por eles. “Para criar um buraco de minhoca estável, é necessário um pouco de mágica”, concluiu Stojkovic.

Fonte:  Space.com