Chuva de meteoros inédita pode surgir hoje à noite. Saiba como ver!
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper | •

Nesta segunda-feira (21), a Terra pode ser alvejada por uma chuva de meteoros inédita, graças a um cometa próximo chamado P/2016 BA14 (Pan-STARRS). Segundo previsões de astrônomos, nosso planeta passará por uma nuvem de detritos deixados por este objeto, proporcionando um espetáculo de "estrelas cadentes" visível principalmente no hemisfério Sul.
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Com origem associada ao cometa 252P/LINEAR, o P/2016 BA14 (Pan-STARRS) já despertou a atenção de astrônomos em 2018, quando a pesquisadora Regina Rudawska previu uma potencial atividade de meteoros para aquele ano. Isso não foi observado na época, mas há expectativas de que aconteça agora em 2023.
No Observatório de Paris, o astrônomo Jérémie Vaubaillon criou um modelo que prevê uma passagem da Terra por uma possível nuvem de meteoroides que teria sido liberada do núcleo do P/2016 BA14. Essa atividade, se ocorrer, deve começar às 21h desta segunda-feira e terminar na madrugada de terça-feira, por volta da 1h.
O momento é oportuno, pois estamos prestes a ter Lua Nova, então o brilho do satélite natural não atrapalhará a observação. No entanto, será preciso um céu limpo e livre de poluição luminosa para se observar os rastros luminosos no céu.
O radiante desta chuva de meteoros "surpresa" — se ela ocorrer mesmo — estará perto da estrela Canopus, uma das mais brilhantes do céu noturno. Os meteoros devem traçar um risco luminoso muito lento, já que a entrada atmosférica prevista para esses detritos deverá ocorrer em velocidade próxima a 17 km/s.
Sobre o cometa P/2016 BA14 (Pan-STARRS)
Previsões e medições que envolvem um cometa são difíceis de fazer — são objetos muito imprevisíveis que podem, inclusive, se partir em vários pedaços.
Em 2016, quando o P/2016 BA14 (Pan-STARRS) foi descoberto, seu tamanho foi estimado em 250 metros, mas observações futuras calcularam cerca de 1 km de diâmetro para seu núcleo. Sua órbita é comparável à do cometa 252P/LINEAR e, por isso, é possível que um seja o fragmento do outro.
Naquele mesmo ano, o cometa foi fotografado por radar a uma distância de 3,5 milhões de km, equivalente a 9 vezes a distância média entre a Terra e a Lua. Essa foi descrita como a maior aproximação de um cometa desde 1770, quando o D/1770 L1 (Lexell) se chegou a cerca de 2,2 milhões de km.