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China inicia operações oficiais com o maior radiotelescópio do mundo

Por| 27 de Janeiro de 2020 às 15h15

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Ou Dongqu/Xinhua
Ou Dongqu/Xinhua

Um dos maiores radiotelescópios terrestres já construídos pelo ser humano finalmente começou suas atividades oficiais. Em testes desde 2016, o radioradiotelescópio FAST (Five-hundred meter Aperture Spherical Telescope), tem 500 m de diâmetro, mas usa apenas 300 m por vez para fazer a leitura do universo.

Ainda durante os testes, o radiotelescópio chinês gigante, cujo prato só não é maior que o russo RATAN-600, conseguiu encontrar dois pulsares — feixe de radiação intensa lançado por uma estrela densa de nêutrons que não pode ser observado visualmente —, em agosto de 2017. Mas esses objetos são apenas um tipo de alvo do instrumento, que tem uma série de tarefas a serem realizadas nos próximos anos (mais sobre isso abaixo).

A agência de notícias estatal da China, Xinhua, garantiu que o FAST conseguiu atender os níveis técnicos esperados e, em alguns casos, até excedeu o esperado. O observatório foi apelidado de Tianyan, que significa “Olho do Céu”, em mandarim. Construído em uma depressão natural no sudoeste chinês, cientistas acreditam que o radiotelescópio possa ajudar em grandes descobertas.

Entre os objetos de pesquisa estão, além dos pulsares, fenômenos físicos, como ondas gravitacionais. Também serão buscados FRBs (Fast Radio Bursts), sinais de rádio inexplicáveis, mas de energia tão intensa que chegam à Terra mais fortes que os pulsares, apesar de estarem mais distantes.

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Adicionalmente, os cientistas vão procurar por exoplanetas com campo magnético, um dos componentes cruciais para sustentar a vida, acreditam os pesquisadores atualmente. Também vão buscar o elemento mais abundante do universo: o hidrogênio. E fará duas pesquisas do céu que demorarão cerca de cinco anos, sendo que a análise dos dados deve tomar outros 10 anos para ser concluída.

Poderoso e preciso

A agência de notícias chinesa fez questão de destacar que o FAST conseguiu encontrar 102 novos pulsares em cerca de dois anos, “mais do que o número total de pulsares descobertos por equipes de pesquisadores na Europa e Estados Unidos no mesmo período”. E também melhorou a precisão na medição do tempo dos pulsares em 50 vezes, tornando possível a detecção de ondas gravitacionais Nahertz de baixíssima frequência pela primeira vez na história.

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O novo radioradiotelescópio aumentou em quatro vezes o volume de abrangência do espaço que um radiotelescópio do tipo consegue explorar. De acordo com Li Kejia, cientista do Kavli Institute for Astronomy and Astrophysics na Universidade de Pequim, “cientistas podem descobrir mais estrelas desconhecidas, fenômenos cósmicos e leis do universo, ou até detectar vida extraterrestre”.

Maior radioradiotelescópio do mundo

A construção do FAST levou cerca de 20 anos e cerca de US$ 170 milhões para ser concluída, em 2016. O radiotelescópio é administrado pelo Chinese National Astronomical Observatory, que pretende permitir pesquisadores do mundo inteiro utilizarem as instalações. O observatório superou o antes maior radioradiotelescópio do mundo Observatório Arecibo, em Porto Rico.

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O FAST funciona como uma espécie de espelho segmentado, com superfície constituída de quase 4.500 painéis individuais, que permite ao radiotelescópio mudar de formato. Cerca de 2.200 ganchos podem adaptar a estrutura para observar diferentes partes do céu. Além disso, o observatório chinês possui um prato mais fundo, que dá um ângulo de visão maior do que o Arecibo.

Apesar de todo o orgulho dos chineses com seu novo radioradiotelescópio gigantesco, há relatos de que os administradores estão com dificuldades para preencher a equipe, já que não há muitos especialistas em radioastronomia no país. Uma solução poderia ser a contratação de estrangeiros, mas a localização remota do instrumento é um obstáculo para quem vem de outro país.

Fonte: Xinhua