China encontra rochas intrigantes no lado afastado da Lua
Por Daniele Cavalcante |
O veículo lunar chinês Yutu-2 encontrou algumas rochas que parecem relativamente jovens no lado afastado da Lua. O rover fotografou essas pedras aparentemente mais claras que as demais durante o 13º dia lunar da missão Chang'e-4, em dezembro de 2019. Essas rochas são bem diferentes daquelas já estudadas pelo veículo e podem ajudar a equipe chinesa em seus estudos sobre a história geológica e a evolução da cratera Von Kármán.
Essa grande cratera está localizada hemisfério sul do lado afastado da Lua, e mede cerca de 180 km de diâmetro. Ela fica dentro de outra cratera imensa conhecida como bacia do Polo Sul - Aitken, com aproximadamente 2.500 km de diâmetro e 13 km de profundidade. A Von Kármán, por sua vez, tem aproximadamente 180 km e cerca de 3,6 bilhões de anos.
Após investigar minuciosamente as rochas mais claras encontradas pelo Yutu-2, a equipe do veículo espacial revelou que encontrou pouca erosão. Isso sugere que os fragmentos são relativamente jovens, já que as rochas tendem a se erodir no solo lunar com o passar do tempo. O brilho relativo das rochas também indica que elas podem ter se originado em uma área muito diferente daquela que o Yutu-2 está explorando - uma cratera vulcânica, com materiais de basalto.
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Esses materiais vulcânicos são muito mais escuros do que a crosta normal e das montanhas lunares, por exemplo. Se as rochas encontradas parecem mais brilhantes que o solo da cratera, significa que elas são compostas por materiais encontrados em locais mais elevados da crosta lunar. Mas é difícil determinar a origem dessas rochas sem umagens de alta resolução. É que para saber de onde elas vieram, seria preciso analisar a aparência delas bem de perto.
No entanto, a China ainda não divulgou as imagens das rochas aparentemente jovens. Considerando que a agência espacial chinesa CNSA publicou recentemente um enorme lote de dados e imagens do módulo de pouso Chang'e-4 e do veículo Yutu-2, é possível que vejamos em breve fotos das novas rochas. Mas isso deve acontecer apenas quando a equipe realizar seus próprios estudos sobre as imagens.
Para investigar mais, a equipe do Yutu-2 percorreu remotamente com o veículo espacial para analisar a luz refletida em uma das amostras e procurar pistas sobre a composição da rocha. Como os fragmentos são pequenos e o terreno lunar é muito desafiador, a equipe fez cálculos cuidadosos e ajustes finos para colocar as rochas no campo de visão dos instrumentos científicos. No entanto, ainda não há resultados divulgados.
A missão Chang'e-4 completou seu 14º dia lunar em 31 de janeiro, antes do Sol se por na área da cratera Von Kármán. O dia 15 começou em 17 de fevereiro, quando o Yutu-2 seguiu para o noroeste e depois para o sudoeste para atingir um local designado.
Fonte: Space.com