Céu de julho | Tem Vênus, Marte e Júpiter perto da Lua e chuva de meteoros

Já no primeiro dia de julho de 2023, o céu testemunhou a passagem aparente de Vênus nos arredores de Marte, e os dois planetas permanecem próximos durante a primeira metade do mês, com a estrela Regulus (a mais brilhante da constelação de Leão) entre eles. Confira o que mais poderemos admirar no céu noturno das próximas semanas.

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Eventos astronômicos de julho

Como principais acontecimentos do mês, as conjunções envolverão a Lua se aproximando de vários planetas, incluindo Saturno, Vênus e Júpiter. Além disso, duas chuvas de meteoros atingirão pico no final do mês.

Superlua (03/07)

A Lua está perto de seu perigeu, ou seja, o ponto de sua órbita em que mais se aproxima da Terra. Por isso, esta Lua Cheia recebe o nome de Superlua, embora a diferença em relação às demais luas cheias não seja tão notável quanto o nome possa sugerir.

Outro detalhe é que esta Lua estará perto da constelação de Sagitário e por isso recebe os nomes de Buck Moon, Thunder Moon ou Hay Moon. Esses e outros termos são utilizados pelos povos nativos norte-americanos, como os Ojibwe, da região dos Grandes Lagos, que chamam esta Lua de "Lua da Framboesa".

Entretando, essa Superlua não é totalmente autêntica: nosso satélite natural estará em seu perigeu somente no mês seguinte, quando teremos uma Superlua "oficial".

Afélio e conjunção Lua-Saturno (07/07)

Enquanto a Terra estará em seu afélio, isto é, seu ponto orbital mais distante do Sol, Saturno estará em conjunção com a Lua, ficando apenas a 2,5° de distância. Isso é equivalente ao diâmetro de duas luas cheias e meia.

Os dois objetos aparecerão acima da linha do horizonte por volta das 21h30 (horário de Brasília) e ainda estarão alto no céu quando o Sol começar a nascer.

Portanto, você poderá apreciar a conjunção durante a maior parte da noite, a menos que o horizonte de sua região esteja obstruído. Nesse caso, espere até a Lua e o planeta estiverem mais próximos do azimute (o ponto do céu bem acima da sua cabeça).

Conjunção Júpiter-Lua (12/07)

No dia 12, será a vez de Júpiter "andar de mãos dadas" com a Lua, surgindo um pouco antes das 3h da madrugada. Apesar do horário, vale a pena observar o planeta gigante próximo ao nosso satélite natural, ainda mais considerando que estará na fase de Lua Minguante. Isso significa que o brilho lunar mais fraco pode até permitir que usuários de telescópios caseiros observem as quatro luas galileanas.

Se puder observar durante a madrugada inteira, poderá conferir outro objeto surgir logo abaixo da Lua: as famosas Plêiades, grupo de estrelas em Touro, que aparecerão no horizonte na direção norteste por volta das 3h30.

Lua e Plêiades (13/07)

Se você quiser conferir as Plêiades ainda mais perto da Lua e, de quebra, fazer algumas fotos bem legais, o dia 13 é o melhor momento. O aglomerado de estrelas é visível a olho nu e fica belíssimo nas imagens feitas com telescópios pequenos. A grande estrela Aldebaran também estará ao lado, um pouco mais distante, enquanto a distância entre as Plêiades e a Lua será equivalente ao diâmetro de uma Lua Cheia.

Se deseja observar esse cenário incrível, será necessário acordar cedo, por volta das 5h da madrugada do dia 13 — e nem pense em perder a hora, pois o brilho solar começará a ofuscar o céu por volta das 6h. A Lua quase completamente nas sombras permitirá uma boa visualização das Plêiades.

Conjunção Marte-Lua-Vênus (20/07)

A sequência de conjunções de julho continua no dia 21, com Marte ficando a 3° de distância da Lua, além de Vênus um pouco mais afastado. Juntos, os três objetos formarão um triângulo no fim da tarde do dia 20.

Para observar, será preciso acompanhar o pôr do Sol até que os planetas e a fraca Lua Crescente se tornem visíveis. Será um intervalo curto entre esse momento e o desaparecimento dos três objetos abaixo da linha do horizonte, mais ou menos entre 18h e 19h, então vale a pena observar a partir das 17h40 para não perder nada.

Conjunção Mercúrio-Vênus-Marte (26/07)

Essa dança planetária deve continuar pelos próximos dias e ficará ainda mais interessante em 26 de julho, com uma chance de encontrar Mercúrio com a ajuda de um par de binóculos de 50mm ou 70mm de abertura. Ele ficará próximo de Vênus e Marte pouco após o pôr do Sol, às 18h.

Novamente, o intervalo de tempo entre o pôr do Sol e o pôr dos planetas será curto, então fique alerta e, caso deseje fotografar a conjunção, prepare seu equipamento com antecedência.

Ah! E não use equipamentos ópticos até que o Sol tenha se posto por completo!

Chuva de meteoros Delta-Aquáridas austrais (30)

A chuva de meteoros Delta Aquáridas Austrais do Sul ficará bastante ativa durante os últimos dias de julho e início de agosto, atingindo o pico durante a noite do dia 30. Infelizmente, a Lua Crescente quase cheia não facilitará as coisas, mas vale a pena tentar encontrar alguns meteoros "riscando" o céu.

Para complicar ainda mais, o radiante da chuva, a estrela Delta Aquarii, estará perto da Lua, dificultando observar uma boa parte dos meteoros. Entretanto, não é preciso necessariamente olhar para lá, já que algumas "estrelas cadentes" podem percorrer o sentido contrário, voando em direção ao lado oposto da Lua.

O melhor horário de observação será a partir das 5h, quando a Lua estiver se pondo.