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Busca por vida alienígena é ampliada para mais de 280 mil sistemas estelares

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University of Manchester
University of Manchester

Uma equipe da Universidade de Manchester fez uma descoberta que pode ser bem relevante para a pesquisa e a busca por vida extraterrestre realizada pelo projeto SETI (Search for extraterrestrial intelligence). Através de uma nova análise de dados coletados da nossa galáxia, eles expandiram o alcance da pesquisa e estabeleceram novos limites para as possibilidades de encontrar vida desenvolvida.

O projeto SETI busca por civilizações extraterrestres que sejam, pelo menos, tão desenvolvidas quanto a nossa. É que o método usado por eles é a detecção de sinais de rádio de baixa frequência captados por radiotelescópios terrestres — em especial o Radiotelescópio de Arecibo. Também há um projeto paralelo chamado SETI@HOME, que usa computadores pessoais de colaboradores ao redor do mundo para processar sinais capturados pelas antenas.

Assim, caso sinais sejam captados, eles serão interpretados e analisados para determinar se a fonte é uma forma de vida inteligente capaz de produzir ondas de rádio, como nós, terráqueos. Ou seja, o SETI não foi projetado para detectar formas de vida “mais simples”, ou seja, civilizações que não desenvolveram ferramentas tecnológicas.

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Dito isto, há algumas restrições que podem ser feitas com base nos dados coletados até agora. O novo estudo foi publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e pode trazer um avanço significativo para estabelecer as chances de encontrar vida extraterrestre na Via Láctea. De acordo com a equipe da pesquisa, busca foi expandida de 1.400 estrelas para 280.000, aumentando bastante as chances de encontrar algo.

Dessas estrelas, menos de 0,04% têm um sistema com potencial de hospedar civilizações avançadas com a tecnologia de rádio equivalente à nossa. O número pode parecer uma má notícia, mas na verdade traz uma forma de levar os limites da busca até estrelas mais distantes. Porém, quanto mais longe o planeta estiver, mais poderosos precisarão ser os sinais de rádio da civilização extraterrestre para que possam ser captados pelos nossos instrumentos.

Para esse resultado, a equipe liderada por Michael Garrett da Universidade de Manchester, usou o catálogo de dados da nave Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), que já mapeou mais de um bilhão de estrelas da Via Láctea. Assim, os pesquisadores selecionaram estrelas a distâncias muito maiores do que anteriormente, chegando até cerca de 33.000 anos-luz. Garrett já tinha a preocupação com o fato de que o SETI até então não considerava objetos cósmicos para do alvo principal estabelecido pelo projeto, mesmo que os telescópios fossem sensíveis o suficiente para ir além.

Com os dados do Gaia, foi possível “conhecer as localizações e distâncias para essas fontes adicionais", disse Garrett, o que melhorou muito a “capacidade de restringir a prevalência de inteligência extraterrestre em nossa própria galáxia e além”. São poucas as possibilidades de encontrarmos alguma civilização avançada nessa região, de acordo com os resultados, mas os limites são ótimos para saber onde olhar e o que procurar. Se encontrarmos um emissor de rádio poderoso dentro dessa área, o próximo passo é descobrir sua fonte.

Além de estabelecer os novos limites e expandir a região analisada, a equipe conseguiu pela primeira vez fazer isso considerando o tipo estelar. É que os dados analisados incluem não apenas estrelas da sequência principal, mas também leva em conta várias estrelas gigantes e anãs brancas.

Fonte: Phys.org