Publicidade

Brasileiro mostra que atividade solar que forma auroras corrói metais

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
Kristaps Ungurs/Unsplash
Kristaps Ungurs/Unsplash

As partículas solares podem formar belas auroras no céu, mas também podem causar problemas em infraestruturas críticas para nós. A descoberta foi feita por autores liderados por Denny Oliveira, brasileiro que atua no Centro Goddard de Voos Espaciais, da NASA, que concluíram que as mesmas forças causadoras das auroras podem gerar correntes capazes de danificar estruturas condutoras de eletricidade.

As auroras são causadas por partículas solares que alcançaram o campo magnético da Terra, ou por choques interplanetários que comprimem o campo. Estes choques são feitos de partículas e ondas eletromagnéticas vindos do Sol e também costumam gerar correntes geomagneticamente induzidas; quanto mais fortes forem os choques interplanetários, mais intensas são as correntes e as auroras. 

Segundo o autor, choques interplanetários podem afetar estruturas condutoras em solo ao longo do tempo. “Nosso trabalho mostra que correntes geoelétricas consideráveis ocorrem com bastante frequência após choques, e elas merecem atenção”, alertou. Os choques que atingem a Terra diretamente parecem gerar correntes induzidas mais fortes, porque comprimem mais o campo magnético. 

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Para o estudo, os autores analisaram como os choques em diferentes ângulos afetam as correntes. Eles examinaram uma base de dados de choques interplanetários e as compararam com leituras de correntes induzidas geomagneticamente em um gasoduto de gás natural em Mäntsälä, na Finlândia, que fica em uma região onde costumam ocorrer auroras. 

Eles descobriram que choques frontais geram picos maiores nas correntes geomagneticamente induzidas logo após o evento e durante a tempestade geomagnética que ocorre em sequência. Como o ângulo do impacto do choque pode ser previsto com até duas horas de antecedência, a informação pode ajudar os cientistas a preparar proteções para redes elétricas e outras infraestruturas vulneráveis.

“Algo que os operadores de infraestrutura de energia poderiam fazer para proteger seus equipamentos é gerenciar alguns circuitos elétricos específicos quando um alerta de choque for emitido”, sugeriu Oliveira. “Isso evitaria que as correntes induzidas geomagneticamente reduzissem a vida útil do equipamento”, finalizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Frontiers in Astronomy and Space Sciences.  

Fonte: Frontiers, Frontiers in Astronomy and Space Sciences