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Bolha de raios gama está muito mais distante do que se imaginava

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Setembro de 2022 às 09h00

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NASA's Goddard Space Flight Center
NASA's Goddard Space Flight Center

Quando as misteriosas bolhas de Fermi foram descobertas no centro da Via Láctea, os astrônomos também encontraram algo menor, descrito como um "casulo" de raios cósmicos. Na época, as duas descobertas foram consideradas parte do mesmo fenômeno, mas um novo estudo mostra que o “casulo” tem uma origem bem mais distante.

As bolhas de Fermi são uma estrutura gigante de radiação gama, com dois lóbulos distribuídos entre os dois lados do disco galáctico. Elas emanam do centro galáctico e se estendem por 50.000 anos-luz em direção ao espaço intergaláctico.

Um ano após a descoberta dessa emissão, os cientistas anunciaram uma estrutura menor, semelhante a um casulo, feita de raios cósmicos recém-acelerados no lóbulo sul das bolhas de Fermi. Como pareciam vir do mesmo lugar — o núcleo da Via Láctea — a conclusão foi que o casulo seria parte do ambiente da bolha.

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Entretanto, uma equipe liderada pelo astrofísico Roland Crocker, da Universidade Nacional Australiana, calculou que a localização do casulo está na verdade muito mais distante: o núcleo de uma galáxia anã próxima da nossa, chamada Sagitário. Ela está em processo de ser “devorada” pela Via Láctea.

Além disso, o casulo e a galáxia de Sagitário têm formas semelhantes e estão orientados na mesma direção. Embora a distância seja difícil de medir nesse caso, as chances de haver algum erro nos novos cálculos são muito pequenas.

Os autores do estudo modelaram as emissões e a galáxia esferoidal de Sagitário. Assim, eles descobriram que Sagitário era o emissor mais provável da radiação gama no casulo. Mas o que poderia ser responsável por essa “mini” bolha? Bem, uma das possibilidades são pulsares — estrelas de nêutrons com taxa de rotação extremamente rápida.

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À medida que os pulsares giram em escala de milissegundos, emitem jatos de radiação de seus polos, incluindo radiação gama. Isso seria compatível à formação estelar mais recente na galáxia Sagitário.

O artigo foi publicado na Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; via: ScienceAlert