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Bernardinelli-Bernstein é um dos cometas ativos mais distantes já observados

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Dezembro de 2021 às 20h45

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NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva
NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva

O cometa C/2014 UN271 Bernardinelli-Bernstein, o maior já descoberto, também é um dos cometas ativos mais distantes já vistos. Ele provavelmente já exibia uma coma quando estava muito além de 23,8 UA de distância do Sol (uma UA equivale à distância média entre o Sol e a Terra). Em julho, os astrônomos identificaram uma pequena coma no cometa e julgaram que ela se formou naquele momento, mas um novo estudo mostra o contrário.

Quando um cometa se aproxima do Sistema Solar interno e começa a ser aquecido pelos raios solares, seus elementos voláteis até então congelados começam a evaporar, o que dá origem à coma — uma espécie de atmosfera difusa e tênue ao redor do núcleo. Quando isso começa a acontecer depende da composição do gelo, já que alguns gases começam a evaporar mais rápido que outros.

Uma equipe de astrônomos, liderada por Tony Farnham, do Departamento de Astronomia da Universidade de Maryland, analisou dados do Transient Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, e publicou os resultados no Planetary Science Journal. Eles descobriram que os cometas podem começar a evaporar muito antes do que se imaginava.

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Para isso, eles combinaram milhares de imagens do cometa Bernardinelli-Bernstein coletadas pelo TESS entre os anos 2018 a 2020. Ao empilhar as fotos e melhorar o contraste, eles conseguiram identificar o brilho de poeira característico da coma ao redor do cometa. Em outras palavras, mesmo muito além da órbita de Urano, seus voláteis já evaporavam.

Uma pista ainda mais importante que a equipe descobriu é que o tamanho do cometa e sua distância do Sol sugerem que o gelo em vaporização é dominado por monóxido de carbono. Este gás pode começar a vaporizar quando se encontra até cinco vezes mais distante do Sol do que o cometa Bernardinelli-Bernstein estava quando foi descoberto, por isso a equipe julga que ele pode estar ativo há um bom tempo.

É bem provável que o Bernardinelli-Bernstein tenha entrado em atividade muito antes de ser observado pela primeira vez, apresentando um coma antes mesmo de ser detectado. Mais que isso, o estudo mostra que a técnica utilizada para analisar imagens do TESS pode ser muito útil na busca por cometas ainda mais distantes e, quem sabe, testemunhar os processos iniciais da formação da coma.

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Fonte: The Planetary Science Journal; Via: SciNews