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Astrônomos obtêm imagem de planeta jovem com possíveis luas se formando ao redor

Por| 12 de Janeiro de 2021 às 18h40

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NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech
NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech

Uma equipe internacional de astrônomos conseguiu, pela primeira vez, capturar diretamente a luz polarizada de um exoplaneta, isto é, um mundo que orbita uma estrela que não o Sol. Além de observarem o corpo celeste, eles também notaram a existência de um disco de poeira e gás orbitando o planeta, no qual algumas luas talvez estejam se formando.

O mundo em questão se chama DH Tau b, localizado a 437 anos-luz da Terra, e não há nada parecido com ele em nosso Sistema Solar. Ele é bastante jovem, com apenas 2 milhões de anos, tem pelo menos onze vezes a massa de Júpiter, e sua posição no sistema estelar é bem afastada de sua estrela anfitriã, mantendo-se a uma distância equivalente a dez vezes a distância entre Netuno e o Sol.

Como ele se formou a pouco tempo (em escala cósmica), ainda há um brilho emitido pelo exoplaneta e, portanto, há também calor na forma de radiação infravermelha. Acontece que essa radiação, embora invisível aos olhos humanos, é uma luz que pode ser detectada através de telescópios, e os cientistas descobriram que essa luz é polarizada. Isso significa que as ondas de luz infravermelha vibram apenas em uma determinada direção (a onda de uma luz não polarizada vibra para todas as direções).

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Normalmente, para obter uma luz polarizada, utiliza-se um dispositivo chamado polarizador, que pode ser um simples pedaço de plástico com uma textura projetada para este propósito (isso é usado em alguns tipos de óculos tridimensionais, por exemplo). No caso deste exoplaneta, o polarizador da luz infravermelha é algo natural: o próprio disco de poeira e gás que orbita o planeta. Ele é o responsável por espalhar a luz de maneira que ela se torne polarizada.

Além da possibilidade de luas se formarem nesse disco, ele orbita o planeta DH Tau b em uma orientação diferente do disco ao redor da estrela, ou seja, ele está inclinado em relação ao sistema estelar. Esse disco indica que o planeta provavelmente já se formou a uma grande distância de sua estrela, ao contrário da teoria de que os mundos gigantes, como Júpiter, por exemplo, são formados perto da estrela e então se afastam por algum motivo. “Isso nos dá uma visão única de como tal planeta e possíveis luas são formados”, disse o co-autor do estudo Frans Snik.

Com a observação de planetas a partir da polarização da luz, os cientistas poderão obter mais informações sobre a atmosfera desses mundos e, quem sabe, descobriram se neles há possíveis sinais de vida. Mas há muito o que ser feito antes disso, principalmente porque será necessário estudar exoplanetas mais parecidos com a Terra, se quisermos encontrar alguma forma de vida. E para analisar a luz polarizadas de mundos pequenos como o nosso, os cientistas terão que aguardar por telescópios mais potentes.

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Felizmente alguns deles já estão em desenvolvimento, como é o caso do Extremely Large Telescope, que será lançado em breve, com a capacidade de realizar essa tarefa. O estudo será publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Phys.org