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Astrônomos encontram um novo tipo de estrela no coração de uma nebulosa

Por| 06 de Janeiro de 2021 às 17h40

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 Astronomy & Astrophysics
Astronomy & Astrophysics

Pesquisadores da Potsdam University (na Alemanha) e da Kazan Federal University (na Rússia) publicaram um artigo descrevendo suas observações de uma estrela incomum. Se as evidências encontradas pela equipe estiverem corretas, pode ser que os astrônomos tenham encontrado um novo tipo de estrela jamais visto antes, escondida no centro de uma nebulosa.

A estrela em questão se chama J005311 e está localizada na nebulosa IRAS 00500+6713. Ela já havia chamado a atenção de pesquisadores em 2019 por emitir ventos estelares de velocidades acima do comum, atingindo 16.000 km/s. Examinando mais detalhadamente, a equipe concluiu que ela teria se formado através de uma colisão entre duas anãs brancas.

Acontece que esse tipo de colisão não deveria formar uma estrela como a J005311. Quando duas anãs brancas colidem, o resultado normalmente é a aniquilação de ambas em uma supernova, mas estudos anteriores também mostraram ser possível uma das anãs brancas — ou mesmo ambas — sobreviverem a este evento, às vezes fundindo-se em uma nova anã branca. Mas o caso da J005311 não parece ser algo tão simples.

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De acordo os estudos anteriores, essa estrela de fato é resultado da colisão de duas anãs brancas, algo que é considerado bastante raro. Mas, além disso, ela emite raios-X incomuns e é mais brilhante do que o esperado, aparentemente muito grande para ser uma anã branca. O novo estudo mostrou que a J005311 também tem uma composição única, dominada por oxigênio e neon. Isso significa que não se trata de uma nova anã branca, mas sim um novo objeto instável.

As observações para o novo artigo publicado na revista Astronomy & Astrophysics foram realizadas pela equipe do telescópio espacial XMM-Newton. O instrumento ajudou os cientistas a descobrirem a composição química da nebulosa e a de sua estrela central. Em ambos, havia quantidades incomuns de silício, enxofre e neon, e a estrela possuía um gás muito quente. Todas essas características sugerem que a estrela é de um tipo nunca visto antes, tão instável que deve durar apenas 10.000 anos — ou menos.

Através de modelagem, a equipe sugere que a anã branca mais pesada puxou a matéria da companheira mais leve, o que provocou uma espécie de supernova muito fraca, incapaz de destruir o sistema. Pelo contrário, um novo objeto conseguiu sobreviver e se desenvolver até se tornar essa estrela incomum. Ao mesmo tempo, a pequena supernova ejetou material o suficiente para formar a nebulosa IRAS 00500+6713.

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Lidia Oskinova, astrônoma e coautora do novo artigo, explicou que a estrela “é um tipo de objeto celeste recém-descoberto. Não temos conhecimento de outros objetos com propriedades semelhantes”. A equipe não foi capaz de descobrir a massa do objeto, mas a luminosidade alta indica que ele pode ter mais de 1,4 da massa solar (o limite para ela ser considerada uma anã branca).

Fonte: Phys.org, Gizmodo