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400 anos depois, detritos de Supernova de Kepler seguem em alta velocidade

Por| 21 de Agosto de 2020 às 14h28

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U TEXAS/CXC/NASA
U TEXAS/CXC/NASA

Há 416 anos, a luz da supernova SN 1604 (ou Supernova de Kepler), observada inicialmente pelo célebre astrônomo Johannes Kepler, chegou à Terra. Hoje, sabemos que essa supernova continua em expansão e não parece ter perdido velocidade: com o telescópio de raios-X Chandra, astrônomos conseguiram observar e gravar materiais se movendo com velocidade acima de 30 milhões km/h no local onde a estrela explodiu - uma velocidade tão alta que chega a ser 25 mil vezes maior do que a velocidade do som. O artigo com as conclusões do estudo foi publicado na revista Astrophysical Journal.

Para o estudo, os pesquisadores rastrearam a velocidade de 15 “nós” formados pelos detritos do que restou da SN 1604 brilhando em emissões de raios-X. Até então, a velocidade média desses nós era de cerca de 16 milhões de quilômetros por hora; porém, existem nós observados na pesquisa com velocidade de quase 40 milhões de quilômetros por hora, enquanto a onda da explosão segue se expandindo a quase 24 milhões de quilômetros por hora. Sozinhos, estes resultados já são capazes de confirmar a descoberta dos nós viajando a velocidades altíssimas nos restos da Supernova de Kepler.

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Para descobrir a velocidade dos nós, os pesquisadores analisaram o espectro de raios-X do telescópio Chandra. Assim, eles identificaram a intensidade das emissões de raios-X em diferentes comprimentos de onda, com dados obtidos em 2016. Depois, compararam os comprimentos de onda de características do espectro de raios-X com valores de laboratório, e mediram a velocidade de cada nó até o ponto de visão do Chandra. Com as medidas combinadas, o time conseguiu uma estimativa da verdadeira velocidade do nó no espaço tridimensional.

Por enquanto, 15 nós ainda não são suficientes para os cientistas confirmarem se a formação segue se expandindo em nossa direção ou se está se afastando, de modo que novas observações serão necessárias. Mesmo depois de tanto tempo, ainda não ficou claro o que está fazendo com que este material se mova tão rápido; alguns cientistas sugerem que os restos da Supernova de Kepler são de uma supernova do tipo Ia, que é extremamente poderosa. Outra explicação pode estar no ambiente que envolve estes detritos, que pode permitir que alguns deles se movam para regiões de baixa densidade e, assim, não sofram desaceleração.

Fonte: Chandra, IFLScience