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Astrônomo sugere transformar a atmosfera da Terra em lente de telescópio gigante

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Astrônomo sugere transformar a atmosfera da Terra em lente de telescópio gigante
Astrônomo sugere transformar a atmosfera da Terra em lente de telescópio gigante

Um telescópio espacial superpoderoso que use o próprio planeta Terra como uma lente natural. Essa é a proposta do astrônomo David Kipping, da Universidade de Columbia. Ele sugere transformar a nossa atmosfera em uma lente de telescópio gigante e incrivelmente poderoso, que ele chama de “Terrascópio”.

Isso seria possível porque a atmosfera da Terra refrata a luz das estrelas, e podemos aproveitar essa refração com a ajuda de um telescópio espacial de 1 metro, que ficaria posicionado além da Lua. Assim, conseguiríamos ampliar a luz de objetos distantes em 22.500 vezes. Kipping acredita que o método seria o equivalente a usar um telescópio de 150 metros.

A atmosfera é muito variável para que o chamado Terrascópio possa produzir imagens bonitas como as do telescópio espacial Hubble, mas o resultado poderia ser bom o suficiente para descobrir objetos muito mais fracos do que os telescópios atuais são capazes de detectar - tais como pequenos exoplanetas ou asteroides que ameaçam a Terra.

Um telescópio de apenas 1 metro, posicionado a 1,5 milhão de quilômetros - quatro vezes a distância da Lua - observando a lente natural da Terra por uma noite inteira, seria capaz de detectar objetos muito tênues ou em mudanças mínimas no brilho. Isso permitiria encontrar asteroides pequenos e escuros ou medir os reflexos de brilho que os pequenos exoplanetas causam quando passam na frente de suas estrelas.

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Embora Kipping saiba que ainda precisa provar sua ideia, ele garante que "nada disso é reinventar a roda, ela só precisa ser empurrada um pouco mais". Ele publicou um artigo e um vídeo de 30 minutos explicando como o Terrascópio poderia funcionar. Matt Kenworthy, da Universidade de Leiden, na Holanda, conferiu o material e disse que ficou "impressionado com o trabalho e o pensamento", mas ele quer mais evidências de que funcionará. “Eu gostaria de sentar e fazer um modelo mais realista", diz ele.

Fonte: ScienceMag