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Amônia na superfície de Plutão pode explicar presença de oceano subterrâneo

Por| 31 de Maio de 2019 às 23h10

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NASA
NASA

Depois de terem encontrado evidências de que em Plutão existe um oceano líquido subterrâneo, agora é a vez de detectarem sinais de que existe amônia na superfície do planeta-anão — e isso pode significar um oceano amigável a algum tipo de vida.

O estudo, publicado na revista Science Advances, usa dados coletados pela missão New Horizons, da NASA, e é um forte indício de que Plutão não somente tem, ou teve, um oceano subterrâneo, como também a água contendo amônia pode ser justamente a fonte dos indícios descobertos na superfície.

A descoberta é particularmente intrigante pois, conforme explica Cristina Dalle Ore, cientista planetária do SETI, pelos padrões geológicos a amônia não é capaz de sobreviver por muito tempo na superfície sem ser destruída pela luz ultravioleta, além de raios cósmicos e outros tipos de radiação. Então, "quando você tem amônia na superfície, isso significa que ela chegou lá recentemente".

A amônia foi detectada em Plutão ao longo de uma depressão profunda em sua superfície, na região chamada Virgil Fossae. Esse fosso não somente parece ser uma rachadura na "casca" do planeta-anão (que pode abrir um caminho para que líquidos subterrâneos subam à superfície), como também parece ser uma área de erupções vulcânicas, com o líquido subterrâneo sendo expelido e então congelado.

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E a descoberta de amônia por lá reforça a ideia de um oceano subterrâneo, pois a amônia é um ótimo anticongelante, o que permite que a mistura de água com amônia permaneça líquida em temperaturas abaixo de -90 ºC — em Plutão, as temperaturas superficiais oscilam em torno de -233 graus Celsius.

Tal oceano subterrâneo pode ser explicado por uma provável camada de gás isolante que estaria logo abaixo da crosta congelada do planeta-anão, impedindo que o oceano se congelasse como acontece com a superfície. E, esta hipótese, somada à presença do efeito anticongelante da amônia, fazem com que a ideia de que há mesmo um oceano subterrâneo em Plutão fique ainda mais palpável.

Quanto à suspeita de que tal oceano pode ser amigável à vida, isso se dá porque a amônia é um precursor da química prebiótica, incluindo a formação de aminoácidos e outros produtos químicos biologicamente importantes. "Não estamos falando de alienígenas. Mas estamos falando da possibilidade de um ambiente que possa promover a vida. Essa é uma das principais razões pelas quais a presença de amônia é tão interessante", diz Cristina. E, na visão de Francis Nimmo, cientista planetário da Universidade de Califórnia, "se Plutão tem um oceano, como parece provável, então isso significa que mesmo as franjas mais externas do Sistema Solar são regiões potencialmente habitáveis".

Fonte: Cosmos Magazine