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Aglomerado de estrelas pode abrigar um buraco negro intermediário

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESA/Hubble/NASA
ESA/Hubble/NASA

Mais um candidato a buraco negro intermediário foi encontrado pelo telescópio Hubble. O objeto está em um aglomerado de estrelas apenas a 6.000 anos-luz da Terra, e parece ter cerca de 800 massas solares. Caso seja confirmado, o mistério dos buracos negros de massa intermediária chegará ao fim.

Até hoje, os astrônomos já encontraram buracos negros pequenos, com até algumas dezenas de massas solares, e os supermassivos, que têm de milhões a bilhões de vezes a massa do Sol. No entanto, nenhum com buraco negro de tamanho médio foi confirmado.

No passado, alguns candidatos foram detectados por telescópios como o Hubble e o James Webb, mas nenhum deles pode ser confirmado devido à ausência de dados — até porque muitos estão em galáxias bem distantes da nossa.

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Dessa vez, o candidato está em nossa própria Via Láctea, a apenas 6.000 anos-luz de distância. Seu “bairro” é um aglomerado globular chamado Messier 4, que fica na direção da constelação de Escorpião e possui mais de 100.000 estrelas. Dentre elas, prevê-se que 40.000 sejam anãs brancas (algumas das quais estão em destaque no vídeo abaixo).

Para encontrar o candidato a buraco negro supermassivo, os autores do novo estudo analisaram dados de 12 anos de observação do Hubble e perceberam que as órbitas das estrelas apontam para um objeto central — o suposto buraco negro. Em outras palavras, as estrelas parecem girar em torno de um objeto bem massivo.

O movimento dessas estrelas também podem informar a massa do objeto central, que foi estimada em 800 vezes a massa do Sol. O problema é que ainda existe uma chance desse candidato ser, na verdade, um punhado de objetos pequenos e densos, bem próximos uns dos outros.

A imensa quantidade de remanescentes de estrelas “mortas” — anãs brancas e estrelas de nêutrons, por exemplo, são remanescentes de estrelas extintas, assim como os próprios buracos negros pequenos — coloca um pouco de dúvida sobre a natureza do candidato a buraco negro intermediário.

Por outro lado, se o candidato fosse um grupo de anãs brancas e/ou estrelas de nêutrons, a distância entre elas seria tão pequena que provavelmente já teriam se chocado. Por isso, os autores do estudo estão confiantes de que se trata mesmo de um buraco negro intermediário.

É preciso sempre um pouco de cautela, no entanto. Os autores disseram que, embora não possam afirmar que se trata de um buraco negro intermediário, é possível mostrar que é pequeno o suficiente para que essa seja a melhor explicação para as observações.

O artigo sobre a descoberta foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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Fonte: MNRAS, ESA/Hubble