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20 anos da sonda Mars Odyssey, ainda em operação na órbita de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Abril de 2021 às 15h15

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NASA/JPL/Corby Waste
NASA/JPL/Corby Waste
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Nesta semana, a sonda Mars Odyssey, da NASA, completa 20 anos de exploração do planeta Marte. Ainda em operação, a nave é a mais antiga orbitando o Planeta Vermelho. Seu objetivo inicial era apenas mapear a superfície do planeta e fornecer evidências para que cientistas conseguissem entender seu passado e evolução, mas, ao longo destas duas décadas, a sonda foi além. Um exemplo disso foi sua descoberta de gelo de água; a sonda acabou servindo também como uma mediadora na comunicação crucial com outras naves enviadas para lá — abrindo caminhos para as missões posteriores.

Em 7 de abril de 2001, a 2011 Mars Odyssey foi lançada a partir da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, rumo ao planeta Marte, chegando em 24 de outubro do mesmo ano. Seu nome completo é uma referência ao clássico da ficção científica 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Arthur C. Clarke — aliás, a sonda foi “abençoada” pelo próprio Clarke antes do lançamento. Ao analisar a composição da superfície marciana, a Mars Odyssey abriu uma janela que permitiu aos cientistas juntarem peças sobre a evolução do planeta.

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Os dados obtidos pelo orbitador foram cruciais para determinar a presença de água no planeta Marte, mesmo que congelada, e assim compreender seu ciclo — por exemplo, hoje sabemos que, num passado distante, o planeta teve água líquida. O cientista do projeto, Jeffrey Plaut, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, diz que: “antes da Odyssey, não sabíamos onde essa água era armazenada no planeta”. E detectar gelo de água não é apenas fundamental para entender este passado remoto, mas para a sobrevivência de seres humanos em futuras missões de exploração no planeta.

Através de sua câmera infravermelha chamada Thermal Emission Imaging System (THEMIS), a sonda mapeou todo o planeta medindo as temperaturas da superfície de Marte, dia e noite. Dessa maneira, os cientistas conseguiram definir quais eram os materiais presentes no planeta, como rochas, areia ou poeira. Os dados obtidos pela Mars Odyssey são tão importantes que são rotineiramente citados em diversas pesquisas sobre o planeta. E não para por aí: outros elementos foram localizados na superfície, como arenito, rochas frias e sais minerais — peças cruciais para entender o passado marciano.

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Além das informações sobre a composição da superfície, a THEMIS forneceu dados topográficos sobre Marte, revelando imagens de grandes crateras e a localização de recursos, como água congelada. Estas observações foram cruciais para definir o local de pouso de rovers e landers enviados para o planeta, inclusive a missão mais recente da NASA — a Mars 2020, do rover Perseverance.

Inclusive, a Mars Odyssey serviu (e ainda serve) como mediadora entre as informações enviadas pelos rovers marcianos, como o Spirit e o Oppotunity, para a Terra — é muito mais eficiente enviar os dados a partir da órbita do planeta do que diretamente do solo. Atualmente, o orbitador divide esta função com a sonda Mars Reconnaissance Orbiter e a MAVEN, da NASA, e a Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA).

As duas luas de Marte, Fobos e Deimos, não ficaram de fora do mapeamento detalhado da câmera THEMIS. Assim como a superfície marciana, as superfícies destes satélites naturais podem fornecer evidências que ajudem os cientistas a descobrir a origem destes corpos — ainda hoje não se sabe se são asteroides capturados pela gravidade do planeta ou restos de um grande impacto.

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De todo modo, a 2001 Mars Odyssey é um grande feito tecnológico e sua importância para a exploração é inestimável. Se hoje conhecemos e compreendemos um tanto sobre o planeta Marte, devemos aos 20 anos de dados obtidos pela sonda, que, além de pioneira, abriu o caminho para outras missões fundamentais para este grande quebra-cabeça do passado e a composição do Planeta Vermelho.

E você pode acompanhar a Mars Odyssey orbitando Marte em tempo real por meio de uma plataforma gratuita da NASA; é só clicar aqui.

Fonte: NASA