Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Sandman | O que esperar da série da Netflix?

Por| Editado por Jones Oliveira | 01 de Agosto de 2022 às 14h30

Link copiado!

Netflix
Netflix
Tudo sobre Netflix

Uma das séries mais esperadas do ano está prestes a chegar à Netflix. A adaptação de Sandman, o clássico quadrinho de Neil Gaiman, chega ao streaming no próximo dia 5 de agosto com a promessa de trazer às telas não apenas os personagens e as histórias que marcaram toda uma geração, mas também toda a carga simbólica existente naquele universo.

Por isso mesmo, por muito tempo, alguns fãs consideraram a jornada do Rei dos Sonhos uma obra inadaptável. Seja por causa da sutileza da escrita de Gaiman, que enche de significado cada fala e personagem representado em seus quadros, ou pela própria dificuldade de tirar o projeto do papel, ver Morpheus em carne e osso parecia ser um sonho distante.

Continua após a publicidade

Pois, tal qual seu protagonista, eis que o seriado se fez presente entre nós. Mas o que podemos esperar de Sandman em sua estreia em definitivo no mundo das séries? E, principalmente para aqueles que nunca leram as HQs, quem diabos é esse personagem pálido e com cara de gótico de quem está todo mundo falando?

O que é Sandman

Se você caiu de paraquedas em meio ao hype do pessoal, fique tranquilo. Embora seja um quadrinho muito popular e influente, ele também é igualmente antigo e nem todo mundo que vai acompanhar o seriado da Netflix leu a obra original. Se for o seu caso, seja bem-vindo ao mundo do Sonhar — mas cuidado com seus demônios e pesadelos.

Sandman é um quadrinho publicado em 1988 pela Vertigo, um selo da DC Comics para histórias mais adultas. A HQ é escrita pelo mesmo Neil Gaiman de Deuses Americanos, Coraline e Belas Maldições e, embora esses outros trabalhos ajudem a ter uma ideia do que esperar, a história do Rei dos Sonhos não é considerada a obra-prima do autor por acaso.

Continua após a publicidade

Ao longo de suas 75 edições, o Sandman de Neil Gaiman construiu um universo extremamente rico e interessante que costurava não só elementos do mundo dos super-heróis da DC, como brincava com mitologias, religiões, pensamento esotérico e até elementos da psicologia e da própria História. Tudo isso era tão bem conectado e povoado por personagens únicos que é impossível não se apaixonar e não se perder em meio a cada devaneio.

Por isso mesmo, o quadrinhos se tornou um clássico instantâneo já naquela época e esse status apenas se cristalizou ao longo dos anos. Tudo isso a partir da jornada do próprio Sandman — ou Morpheus, ou Rei dos Sonhos, como preferir — uma entidade tão antiga quanto a própria existência que é responsável pelos sonhos de todos os seres.

E ele não é o único. Assim como Morpheus, outras dessas entidades que regem os instintos e a própria vida dos seres viventes — os Perpétuos — passam a ocupar as histórias e a enriquecer essa mitologia apresentada pela série. Os irmãos Morte, Delírio, Desejo, Desespero, Destino e Destruição são apenas a ponta de um elenco tão vasto quanto intrigante.

Continua após a publicidade

Tanto que a história da saga começa quando o próprio Sandman é aprisionado por engano por um grupo de ocultistas que queriam dominar a Morte. Assim, ele desaparece do por todo século 20, impedindo o mundo de sonhar. E, quando finalmente consegue fugir de seus captores, precisa reconstruir o que restou de seu reino.

Os primeiros arcos da HQ tratam dessa sua cruzada pessoal na tentativa de recuperar seu equipamento roubado. Isso vai levá-lo a visitar heróis e vilões dos quadrinhos ao mesmo tempo em que passa pelo próprio inferno para negociar com Lúcifer em pessoa.

Continua após a publicidade

No entanto, à medida que a série evoluiu, vimos muito mais dessa mitologia ser desenvolvida e a escrita de Gaiman explorar mais todo o lado simbólico envolvendo o sonho, o pesadelo e o próprio inconsciente. Isso sem falar do papel dos demais Perpétuos, que também foram usados em ótimas metáforas sobre a própria sociedade da época — e que continua muito atual.

E essa sempre foi a grande tônica de Sandman nas HQs. Por trás de toda a fantasia e do visual impactante, os roteiros eram repletos de simbolismo que falavam muito sobre o mundo, as pessoas e nossa própria relação com esses elementos do imaginário e da própria cultura pop.

O que esperar de Sandman na Netflix

Por causa disso tudo, as expectativas para a estreia de Sandman na Netflix são altíssimas — ainda mais porque o streaming vem se mostrando bastante preocupado com a fidelidade da obra original. Em termos visuais, tudo está muito idêntico às HQs e até mesmo as pequenas mudanças feitas aqui e ali ficaram muito bem. O destaque aqui fica para o próprio Morpheus (Tom Sturridge), Morte (Kirby Howell-Baptiste) e Lúcifer (Gwendoline Christie).

Continua após a publicidade

Aliás, a confirmação do elenco e a divulgação de como eles estarão dentro da série ajuda também a ter uma noção do que esperar do seriado em termos de história. Tudo leva a crer que a primeira temporada deve adaptar as primeiras histórias do personagem presentes no álbum Prelúdios & Noturnos. E o que isso significa?

Como dito, a trama deve seguir com Morpheus sendo aprisionado por cultistas e passando décadas privando o mundo de sonhar. E quando finalmente se liberta, vai atrás de seu equipamento para recuperar sua força. O problema é que ela está espalhada não somente no mundo, mas também em outros planos da existência — como no inferno.

É essa jornada que vai fazer com que Sandman tenha que lidar com Johanna Constantine (Jenna Coleman) e o próprio Lúcifer, por exemplo.

Continua após a publicidade

Contudo, a parte central da temporada deve mesmo girar em torno da figura do Coríntio (Boyd Holbrook) um dos pesadelos criado por Morpheus no passado e que se rebelou e agora age como um serial killer e que vai atrás de um dos tesouros de seu criador para em busca de poder. A expectativa é que, na série, o vilão ganhe um papel bem maior do que nas HQs.

E se não há dúvidas de que Sandman vai respeitar o roteiro e o visual dos gibis, a grande questão fica em relação ao subtexto que Neil Gaiman sempre imprimiu em suas histórias. Cada uma das 75 edições do quadrinho traziam metáforas e alusões ao mundo do final dos anos 1980 e início de 1990 de forma tão certeira que muitas das críticas e apontamentos seguem atuais.

Esse é o charme do Rei dos Sonhos e que o manteve relevante e intrigante durante todo esse tempo. Por isso mesmo, a dúvida é se a adaptação da Netflix vai conseguir traduzir todas essas sutilezas ao longo dos dez episódios da primeira temporada — e pode ter certeza que esse vai ser o ponto fundamental das críticas, sejam elas positivas ou negativas.

Continua após a publicidade

A boa notícia é que Gaiman está trabalhando junto com a equipe de produção para garantir que a essência de suas histórias esteja presente na série. E ele próprio falou que a ideia não é fazer uma transposição literal dos quadrinhos, mas adequá-los aos tempos atuais. Segundo o autor, as HQs mostram o mundo em 1988 e a série vai retratar a sociedade em 2022 e isso muda tudo.

Assim, da mesma forma que o quadrinho impactou não só o mercado editorial, mas toda a cultura pop quando chegou às bancas pela primeira vez, a série tem um enorme potencial de repetir o feito — ou, pelo menos, é isso o que esperamos.