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Guardiões da Galáxia | Quem é o Alto Evolucionário, o novo vilão do 3º filme

Por| Editado por Jones Oliveira | 03 de Agosto de 2022 às 21h20

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Marvel Comics
Marvel Comics

A Marvel confirmou quem será o vilão de Guardiões da Galáxia 3, o novo e último filme de sua equipe cósmica. Como apresentado durante o painel do estúdio na San Diego Comic-Con, o Alto Evolucionário será a grande ameaça que Peter Quill (Chris Pratt) e companhia terão que enfrentar.

Interpretado por Chukwudi Iwuji (Pacificador), o personagem teve até seu visual revelado durante o evento e, mesmo assim, fez todo mundo se perguntar quem diabos era aquele inimigo. Como já se tornou padrão dentro das histórias dos Guardiões, vamos nos deparar com outro nome bastante desconhecido do grande público — assim como já foi com os próprios heróis.

O ponto é que, apesar de todo o suspense em torno do papel de Iwuji no filme, o anúncio de que o Alto Evolucionário vai ser a nova ameaça não foi exatamente uma surpresa. O vilão está ligado à origem de Adam Warlock, que já tinha sido confirmado para o filme e dado a pista de que o cientista obcecado em evolução também iria dar as caras.

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E embora seja muito provável que o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) traga uma adaptação bastante livre do personagem, é interessante vê-lo aparecendo nos cinemas. Até porque, nos quadrinhos, ele é um vilão que está bastante atrelado também ao surgimento de vários outros heróis e vilões, como a Mulher-Aranha, a Feiticeira Escarlate e até alguns dos X-Men.

O clássico cientista louco

Um dos fatores que tornam o Alto Evolucionário um personagem bastante interessante é o fato de ele ser um dos poucos casos de vilão que não se enxerga como tal. Em linhas gerais, ele é a clássica representação do cientista louco que é tão obcecado pela sua pesquisa que passa por cima de qualquer limite ético ou moral, não se importando em cometer algumas atrocidades pelo caminho — mas sempre em defesa de um bem maior.

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O curioso é que, ao contrário do que seu visual e sua participação em histórias cósmicas possam sugerir, ele é um humano. Ou foi algum dia, já que sua busca constante por aprimorar técnicas de evolução genética o transformaram em outra coisa até difícil de categorizar.

Nos quadrinhos, ele foi criado nas páginas de Thor #134 (1966) como um vilão de armadura azulada que sequestra Jane Foster e mais alguns aliados do herói asgardiano e os prende na fortaleza de Wundagore, em um canto remoto da Europa. Chegando lá, o Deus do Trovão enfrenta a guarda do local e descobre que eles são, na verdade, animais inteligentes que evoluíram até assumir uma forma humanoide.

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É quando descobrimos essa fixação do vilão por controle genético, o que faz dele uma espécie de Doutor Moreau da Marvel. Essa é uma comparação que faz bastante sentido, até porque a construção do personagem segue bastante a estrutura apresentada por H.G. Wells em seu clássico da ficção científica.

Mais tarde, a editora detalhou a origem do personagem e revelou que ele era o biólogo Herbert Edgar Wyndham, um cientista que se interessou em estudos de evolução e passou a investir mais e mais em manipulação genética — a ponto de criar uma máquina que acelerava esse processo natural. Mais tarde, com a ajuda de um geneticista Inumano, desvendou o código genético de todos os seres vivos e passou a combiná-los, criando suas feras híbridas.

Os primeiros experimentos nesse sentido eram em animais — como seu próprio cachorro, que foi misturado a um macaco —, mas a péssima reação da sociedade com suas criações o fizeram se isolar nessa fortaleza remota nas montanhas europeias. Assim, passou a ousar mais e mais em suas experiências e a criar combinações cada vez mais aterrorizantes, incluindo em humanos.

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Foi quando criou o que chamou de Novos Homens, uma raça surgida a partir dessa mistura de DNA humano com de diferentes bichos. Ao mesmo tempo, passou a trabalhar com a Hydra para desenvolver outros tipos de combinações genéticas que pudessem ajudar a organização a criar soldados mais fortes ou mesmo supersoldados equivalentes ao Capitão América.

É quando o Alto Evolucionário passa a trabalhar com Jonathan Drew, pai daquela que iria ser conhecida mais tarde como a Mulher-Aranha. E, de certo modo, foram os experimentos do vilão que deram à heroína os poderes que ela desenvolveu posteriormente.

Nessa mesma linha de criar heróis e vilões por acaso, Wyndham e Drew tentam adicionar magia aos seus experimentos científicos ao usar o Darkhold. Só que eles libertam o demônio Chton — o mesmo que é citado em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura —, que ameaça dominar o mundo. O Alto Evolucionário dá um jeito de aprisionar a entidade, mas não antes dela deixar parte de seu poder em duas crianças que nasceram naquele mesmo instante: Wanda e Pietro Maximoff.

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Aliás, na tentativa de tirar a Feiticeira Escarlate e Mercúrio do núcleo dos X-Men, a Marvel inventou que eles nunca foram mutantes, mas crianças aprimoradas pelo próprio Alto Evolucionário e que reagiam muito bem à magia desse demônio ancestral. Confuso, mas fruto daquela época em que Disney tentava tirar o foco dos mutantes por causa do sucesso nos cinemas.

O espaço e a Contra-Terra

Como era de se esperar de um gênio louco, não demorou para que Wyndham se transformasse em sua própria cobaia. Assim, passou a buscar a própria evolução até deixar de ser algo que lembrasse um humano. Passou a ser super forte, além de ter conquistado habilidades de levitação, telepatia e cura avançado, isso sem falar da capacidade de disparar rajadas de energia — o kit básico de mutação na Marvel.

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É quando deixa a Terra e decide levar toda sua genialidade incompreendida para o espaço. É quando cria a Contra-Terra, uma versão paralela do nosso mundo que ficava do lado oposto do Sol. A ideia do Alto Evolucionário era criar uma sociedade utópica, pura e livre de toda corrupção e maldade que acompanhou a história humana.

O problema é que as coisas fogem de controle quando o Homem-Besta, uma de suas criações, se rebela e passa a tocar o terror no novo planeta, fazendo com que toda a maldade que a Terra acumulou em milênios acontecesse em questão de dias. Foi quando despertou Ele, uma criatura concebida para ser o humano perfeito e que estava dormente em um casulo, para se tornar o primeiro herói da Contra-Terra.

Foi quando surgiu Adam Warlock, batizado pelo próprio Alto Evolucionário, que também lhe deu a Joia da Alma. A ideia da Marvel era criar uma alusão à religião, transformando Warlock numa espécie de Jesus heróico, enquanto o Homem-Besta seria uma clara alusão ao demônio.

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A alegoria cristã não deu muito certo e a ideia acabou abandonada pela editora junto com a destruição da Contra-Terra. Ainda assim, serviu para colocar tanto o Alto Evolucionário quanto Adam Warlock em meio aos personagens cósmicos da editora — embora o vilão volta e meia retorne à Terra com algum plano mais mundano.

Um exemplo disso é que quando ele decide que o planeta precisa se proteger de ameaças alienígenas para não ter o mesmo destino do mundo que tentou criar. Na sua cabeça, a intenção era se tornar um herói que não só lutasse contra esse perigo externo, mas também armar a população para se defender. Assim, ele cria uma bomba evolucionária para forçar a humanidade a ganhar poderes — um plano que foi logo impedido pelos Vingadores.

O que esperar do Alto Evolucionário em Guardiões 3

Para ser bem sincero, é difícil prever qualquer coisa vindo de James Gunn. O diretor já demonstrou não se apegar às origens dos personagens nos quadrinhos, preferindo pegar heróis e vilões desconhecidos para poder brincar com eles com mais liberdade. O fato de Quill ser filho de Ego, o Planeta Vivo, é um bom exemplo disso.

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Assim, imaginar qualquer aplicação do Alto Evolucionário na história é quase impossível. No máximo, podemos supor que ele vai estar ligado à criação de Adam Warlock (Will Poulter), possivelmente trabalhando em conjunto com os Soberanos, a raça dourada que os Guardiões enganaram no filme anterior e que aparecem com o casulo dourado na cena pós-crédito.

Durante o painel da Marvel na San Diego Comic-Con, quase nada foi dito sobre o papel do personagem dentro da história. No máximo, Chukwudi Iwuji descreveu o vilão como alguém “charmoso, louco, arrogante e perigoso”, o que se encaixa em qualquer cientista louco das HQs.

Ainda assim, todo esse seu interesse em manipulação genética pode aparecer na trama tanto criando Adam Warlock quanto tentando capturar o personagem para criar algo ainda mais grandioso. Ou, se o MCU ainda lembrar que Peter Quill é um híbrido de Celestial com humano, o herói pode ser o grande alvo do Alto Evolucionário, que pode buscar o código genético das forças criadoras do universo para si.

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Uma outra possibilidade que muitos especulam é que o personagem pode ser usado para justificar os mutantes ou coisa parecida. Até porque, nas HQs, ele já demonstrou bastante interesse nos X-Men e até chegou a realizar experimentos em alguns deles, como a Vampira. Contudo, o futuro dos mutantes no MCU já é tão nebulosa que o melhor é nem criar muita expectativa nisso.

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