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Filmes lançados em streaming parecem fakes, reclama diretora de Mulher-Maravilha

Por| Editado por Jones Oliveira | 03 de Setembro de 2021 às 17h05

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Warner
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A briga por causa do lançamento simultâneo de filmes no cinema e plataformas de streaming parece estar longe do fim. Depois do processo de Scarlett Johansson contra a Disney por causa de Viúva Negra, agora é a diretora de Mulher-Maravilha 1984, Patty Jenkins, quem decidiu reclamar da estratégia dos estúdios, dizendo que esse tipo de lançamento faz parecer que os filmes são falsos.

Durante um painel sobre o futuro da Sétima Arte realizado no CinemaCon, evento voltado ao mercado cinematográfico realizado nos Estados Unidos na última semana, a diretora criticou as estreias digitais e disse que todos os filmes a que assistiu que receberam esse tratamento não pareciam de verdade, principalmente em termos de recepção do público.

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Segundo ela, o principal ponto é a falta de engajamento e que, ao contrário do que acontece quando um longa chega ao cinema, os lançamentos em streaming não são tão discutidos pelo espectador. Jenkins diz que, nesse um ano e meio de lançamentos híbridos, ela quase não ouviu as pessoas falando sobre uma grande estreia e nem mesmo leu artigos sobre os blockbusters do verão — por essa razão, ela vê o cinema atual como falso.

Dessa forma, a diretora é contundente ao falar que o modelo atual não está funcionando e que, pior, está tirando a grandeza que sempre acompanhou o cinema e as produções cinematográficas.

E a bronca da diretora com o formato é realmente compreensível, visto que Mulher-Maravilha 1984 foi um dos primeiros grandes blockbusters a chegar apenas ao streaming, em dezembro de 2020, quando os cinemas de todo o mundo ainda estavam fechados e as iniciativas híbridas não tinham iniciado. No ano passado, a Warner anunciou que faria todas as suas estreias de 2021 também na HBO Max, o que desagradou muitos cineastas e impactou diretamente as bilheterias.

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No caso da mais recente aventura da amazona da DC, ela teve uma bilheteria total de US$ 166 milhões — abaixo dos US$ 200 milhões de orçamento para produzir o longa. Parte disso está, é claro, no fato de o filme ser ruim, mas o fato de ele ter sido liberado para assinantes da HBO Max também pesou bastante.

Isso fica mais claro no caso de O Esquadrão Suicida, que foi muito bem-recebido por crítica e público, mas segue patinando na bilheteria. Seu final de semana de estreia nos EUA arrecadou US$ 26 milhões e, no seguinte, despencou para apenas US$ 7,4 milhões — uma queda de 71,5% que indica que não é apenas a qualidade da produção que está fazendo o pessoal abandonar as salas de exibição.

Além disso, há o engajamento citado por Jenkins que, de certo modo, faz bastante sentido. Com o filme estando disponível a qualquer momento em plataformas como HBO Max, Disney+ e Netflix, não há mais aquele movimento de todo mundo ir assistir no mesmo dia e depois comentar nas redes sociais. Com a possibilidade de ver quando quiser, você pulveriza as discussões e isso, de fato, tira o peso do cinema como um evento social.

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Ao mesmo tempo, ela também ignora fenômenos que nascem nas plataformas digitais. Mortal Kombat e Godzilla vs Kong são dois exemplos disso. Eles chegaram à HBO Max ao mesmo tempo de Mulher-Maravilha 1984 e conseguiram fazer muito barulho justamente pela acessibilidade do streaming — a ponto de ainda terem os melhores números da plataforma até agora.

Fonte: CBR