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Crítica Uncoupled | Série de comédia tem potencial para conquistar o público

Por| Editado por Jones Oliveira | 03 de Agosto de 2022 às 09h00

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Reprodução/ Netflix
Reprodução/ Netflix

A Netflix lançou em julho a comédia romântica Uncoupled (sem tradução), estrelada por Neil Patrick Harris, o famoso Barney de How I Met Your Mother e produzida por Darren Star, o mesmo de Sex And The City e Emily em Paris.

A série gira em torno de Michael, um corretor de imóveis de Manhattan que tem uma relação de 17 anos e, de uma hora para a outra, é abandonado pelo namorado. Assustado e sem entender direito o que está acontecendo, ele precisa redescobrir como é ser solteiro, agora com 40 anos.

Atenção: esta crítica pode contar com spoilers de Uncoupled!

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Misturando doses de humor com longas pitadas de drama, a série, que está sendo considerada a versão masculina gay de Sex and The City, é uma boa opção para relaxar. Os oito episódios são curtos— com aproximadamente 30 minutos de duração cada —, o que é um acerto para quem quer algo mais rápido.

Outro ponto positivo é o elenco. É bom ver Harris interpretando um homem gay sensível que em nada lembra o conquistador Barney Stinson. Por ter vivido o famoso personagem por tantos anos na série de sucesso, era de se esperar ver um pouco do Barney na tela, o que não acontece.

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Outra personagem que surpreende é Suzanne, interpretada por Tisha Campbell, a Jay de Eu, a Patroa e As Crianças. A atriz consegue dar vida a uma mulher poderosa e independente que pouco lembra sua personagem anterior.

Personagens carismáticos

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Falando em personagens, a obra traz outros tantos que merecem destaques. São os melhores amigos de Michael: Stanley James (Brooks Ashmanskas), um gay cinquentão que ainda espera encontrar o verdadeiro amor; e Billy Burns (Emerson Brooks), uma sub-celebridade conquistadora e superficial que só consegue prestar atenção nos próprios problemas.

Já Colin (Tuc Watkins), o ex-namorado que abandona Michael sem dar nenhuma explicação, é certamente o oposto de carisma. Frio, distante e chato, são os adjetivos que melhor o descrevem. Fica até difícil entender como o protagonista ficou tanto tempo com esse homem, uma vez que eles são opostos. Enquanto Michael é divertido e piadista, Colin não abre um sorriso.

Outra personagem que prometeu muito e entregou pouco foi Claire (Marcia Gay Harden), a perua metida que também é abandonada pelo marido. Com seus exageros, ela deveria ser um dos pontos cômico da série, mas ficou apenas como mais uma perua mesmo.

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Vulnerabilidade masculina

É difícil vermos produções que mostram um homem—gay ou não— tão vulnerável. Esse papel geralmente é atribuído às mocinhas, reforçando que mulheres são sempre muito sensíveis. Essa obra, no entanto, quebra com esse esteriótipo ao mostrar um protagonista fragilizado, passando por todas as fases do luto da separação com muita atenção aos seus sentimentos.

Outro acerto é que ao retratar o grupo de amigos gays, a série toma cuidado para mostrar que cada um é único, tendo suas peculiaridades e características próprias. Isso vai contra ao estereotipamento do homem gay afemininado, tantas vezes vistas em outras produções.

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Além disso, embora a série seja uma comédia sem compromissos com temas importantes, o fato de abordarem, ainda que brevemente, o câncer de mama masculino e o descaso com a camisinha nas relações sexuais casuais, é mais um acerto.

Leve, divertida e um bom passatempo

Por fim, Uncoupled tem humor e drama na medida certa, e desenvolve a história tanto dos personagens principais quanto dos secundários. A série tem muitas chances de conquistar a audiência e merece mais uma temporada para fechar os arcos que ficaram em aberto e responder a pergunta que ficou na cabeça de todos: afinal, Michael vai voltar para o Colin?

Uncoupled está disponível na Netflix.