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Crítica | 5ª temporada de Queer Eye traz novo refresco para tempos difíceis

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Divulgação: Netflix
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No último fim de semana, a Netflix colocou no ar mais uma temporada do reality show Queer Eye, versão mais moderna da série dos anos 2000, Queer Eye for a Straight Guy. A produção já está em sua quinta temporada realizada nos Estados Unidos, contando ainda com mais uma feita no Japão.

A premissa do reality show é simples e não é uma fórmula tão inédita: pegar pessoas que precisam de ajuda em diversos aspectos da vida, transformá-las, educá-las e torcer para que elas tenham uma vida melhor. A primeira temporada trouxe não só um quinteto de personagens extremamente carismáticos, como também muita emoção e choro para o outro lado da tela. Seis temporadas depois, tudo isso em apenas dois anos, surge o questionamento: a fórmula ainda funciona?

Atenção: está crítica pode conter spoilers!

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Toda vez que uma nova temporada de Queer Eye estreia na Netflix, os mesmos comentários são feitos nas redes sociais, como "estou pronto para me emocionar novamente", "vou chorar muito", entre outros. No entanto, hoje, a proposta inicial do reality show já se tornou comum ao olhar do espectador, fazendo com que as histórias, até as mais delicadas, não sejam mais vistas como uma surpresa ou uma grande lição de vida. Apesar disso, elas são extremamente válidas para a sociedade.

Já assistimos aos episódios sabendo tudo o que vamos encontrar: uma pessoa em uma família disfuncional ou solitária, alguém que não cuida de si mesmo, tanto na aparência quanto psicologicamente, problemas pessoais e de carreira, e cinco homens com as habilidades certas para cuidar de todos os setores da vida dos participantes. Nenhuma surpresa. Nesta quinta temporada, talvez o que mais houve de surpreendente foi um participante ser irmão da cantora Macy Gray.

Todos os assuntos, culturas, orientações e estilos de vida são tratados com bastante delicadeza pelo Fab 5, principalmente para que a transformação não mude a personalidade do participante. Alguns conselhos, no entanto, acabam sutilmente pecando nisso, quando Tan France, responsável pelo estilo e vestuário do participante, sugere que para ser respeitada profissionalmente é preciso de maquiagem e estar bem-vestido, o que pode ser relativo. Existe uma linha tênue entre se sentir bem consigo mesmo e se sentir bem para os outros.

Esses tipos de "falhas" são o que acaba tornando todo o processo do Fab 5 e de Queer Eye mais interessante, mostrando ao público que nem sempre é possível ignorar o que está a sua volta e o que vem te atormentando. Talvez, por mais que muitos sejam muito bem resolvidos com isso, algumas pessoas precisam mesmo colocar uma roupa para se sentir melhor, independente do formato do corpo, da etnia e outras características físicas. Pode ser que a maior parte das pessoas pense que nunca precisariam dessa mudança, mas... não mesmo?

O que Queer Eye faz com perfeição é olhar para as pessoas pelo lado de fora, mesmo que haja todo um roteiro previamente esquematizado para cada participante, o que acontece em todos os reality shows. Mas não é aquele lado de fora do vizinho fofoqueiro, dos parentes invejosos, mas sim de pessoas empáticas, que têm um certo conhecimento e estudo sobre o que vão tratar. Isso não significa, porém, que a transformação vista na TV possa ser colocada na prática da vida real, que basta contratar um profissional para cada área da sua vida e entregar nas mãos deles.

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É importante considerar que Queer Eye é um programa de televisão que mostra a realidade das minorias, que traz a conscientização sobre diversas comunidades e realidades, e que também foca na importância de cuidar de você mesmo, independentemente da forma escolhida. Por mais que possa haver a identificação com um ou mais participantes, cada realidade é única e a transformação não vai mudar a sua vida, pois é um processo. O Fab 5 não trabalha a curto prazo, mas sim desenvolvendo um papel que, na teoria, é para durar para o resto da vida, sendo apenas um grande empurrão.

Queer Eye é conscientização, mas também entretenimento puro que provoca desde o riso até a compaixão, levando à tela cinco personagens muito amáveis que são um refresco para o mundo real, mais do que nunca nesta nova realidade em que vivemos. Agora, com seis temporadas em apenas dois anos, talvez seja preciso inovar um pouco para que a fórmula não fique repetitiva. Ou não. Talvez seja isso o que queremos por muito tempo.

As seis temporadas de Queer Eye estão disponíveis na Netflix.

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*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Canaltech