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Crítica | Matchday: FC Barcelona mostra que nem toda grande jornada é épica

Por| 10 de Maio de 2020 às 16h00

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Divulgação/Netflix
Divulgação/Netflix
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O Barcelona é um dos maiores e mais conhecidos clubes do mundo, time de grandes craques e casa de Lionel Messi, indiscutível membro do panteão futebolístico global de todos os tempos. Sendo assim, uma série de televisão que acompanhe o dia a dia e alguns bastidores do estrelado elenco culé não tem como dar errado, certo? Bem… Não é bem assim. E Matchday: FC Barcelona, da Netflix, prova isso.

Longe de ser uma coleção de erros, a série até começa bem, acompanhando atletas e comissão técnica em um histórico 5-1 aplicado sobre o Real Madrid justamente na casa do maior rival, com direito a hat-trick e grande apresentação do uruguaio Luís Suarez. Mas, se o primeiro episódio até anima, a sequência dele acaba por esbarrar na realidade e tira bastante o brilho do que poderia ser uma grande narrativa.

Claro que é legal ver um pouco mais da relação de amizade entre Suarez e Messi, saber da paixão que Gerard Piqué e Sergi Roberto nutrem pelo clube da Catalunha desde a infância e acompanhar os bastidores de algumas das principais partidas do clube no ano. Porém, tudo nesta série soa mais floreado do que deveria para dar ares de uma jornada extremamente épica e gloriosa a algo que, no fim das contas, foi bem básico.

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O ponto alto

O ponto alto da trama é, sem dúvida, a véspera do jogo de volta contra o Liverpool pela semifinal da Champions League de 18/19. Após vencer o rival inglês por 3-0 em casa, o Barça viajou à cidade dos Beatles levando na bagagem não apenas uma grande vantagem, afinal podia perder de dois gols de diferença para se classificar ou até três, caso marcasse um tento, mas também o fantasma da eliminação do ano anterior no mesmo torneio.

Recapitulando: a temporada 17/18 do Barcelona na Champions terminou de forma surpreendente após o escrete azul-grená aplicar uma goleada de 4-1 sobre a Roma no primeiro jogo e levar 3-0 na capital italiana, placar que classificou o time local. Em Matchday: FC Barcelona, fica claro como, por incrível que pareça, a vitória folgada no primeiro jogo contra o Liverpool pesou, pois trouxe consigo um cenário parecido com o da disputa com a Roma e o temor de repetir o “fiasco”. Isso inclusive sai, com todas as letras, da boca de Messi.

Nesse ponto, a série acerta de forma ímpar, pois consegue transparecer um retrato psicológico bem apurado do elenco. Combinando essas imagens com o que se viu na partida, especialmente após o terceiro gol do Liverpool, torna-se ainda mais compreensível o desfecho desse embate: o Barça vacila, toma um histórico 4-0 do Liverpool no segundo jogo e é eliminado.

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Para completar a tragédia barcelonista, a série logo na sequência também dá bastante destaque à derrota na final da Copa del Rey frente ao Valência. Ocorrida pouco tempo após a eliminação na Champions, ela foi mais um prego na jornada épica que se prometia no início da temporada (tanto da série quanto do clube).

Final (um pouco) menos melancólico

A fim de fugir da melancolia, os últimos episódios retomam de maneira até certo ponto confusa a disputa da liga espanhola e dão destaque à jovem promessa Carles Aleñá, atualmente emprestado ao Real Bétis. Aliás, o excesso de destaque dado a figuras que já deixaram o clube da Catalunha (como os brasileiros Malcom e Philipe Coutinho e o treinador espanhol Ernesto Valverde) também esmorece a narrativa. É compreensível a estrutura e escolha dos personagens, mas ela empalidece a trama.

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E assim termina Matchday: FC Barcelona, com a celebração pelo oitavo título da La Liga conquistado nas últimas 11 temporadas e a promessa de um time mais forte para o ano atual. O gosto que fica, porém, é de um programa desnecessariamente longo, prejudicado pelas quedas do clube ao longo do ano e que não se sustenta apenas com a hegemonia barcelonista na disputa doméstica.