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Crítica Carter | Um filme que abusa dos absurdos e da inteligência do espectador

Por| Editado por Jones Oliveira | 08 de Agosto de 2022 às 16h00

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Reprodução/ Netflix
Reprodução/ Netflix
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A Netflix lançou, no dia 5 de agosto, um dos filmes mais aguardados do ano. Intitulado Carter, o longa é uma produção sul-coreana de ação, dirigida por Jung Byung-gil e estrelada por Joo Won, Lee Sung-jae, Jeong So-ri e Kim Bo-min.

O enredo gira em torno de um homem jovem que acorda sem memória em um local misterioso. Assim que desperta, ele começa a receber ordens de uma voz desconhecida que vem de dentro do seu ouvido. Sem entender nada do que está acontecendo, o jovem agente precisará descobrir quem é, qual é a sua missão e em quem pode confiar.

Atenção: esta crítica pode contar com spoilers de Carter!

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Vale ressaltar que a história se passa em meio a uma pandemia fatal do vírus ZDC, que começou na zona desmilitarizada da Coreia do Norte e do Sul. Tal pandemia provoca uma disputa entre os dois países, que ora parecem querer se unificar e depois parece que iniciarão uma guerra. Além deles, os Estados Unidos também entram no conflito, enquanto Carter é perseguido pela CIA.

Se a trama parece confusa a princípio, tal sensação é confirmada nas próximas horas do filme. É nítido que o enredo tinha potencial, inclusive por se tratar de uma pandemia viral, trazendo mais proximidade com o cenário contemporâneo. No entanto, a história é pouco atrativa e se perde em meio às inúmeras cenas de luta e perseguição.

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Perseguição absurda

Por falar em perseguições, o que Carter mais entrega são cenas de batalha em que o protagonista tem que derrotar dezenas de inimigos ao mesmo tempo.

Os primeiros doze minutos de filme mostram uma briga sangrenta entre o agente e os inimigos (que o espectador não sabe ao certo quem são). É uma cena tão exagerada, com tanta violência gratuita — uma vez que nem Carter sabe porque está lutando — que fica difícil conquistar a audiência.

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E essas cenas seguem durante quase todo o filme, sendo algumas um pouco mais verossímeis e outras que, de tão surreais, questionam a inteligência do espectador. É o caso da cena em que Carter está se agarrando ao lado de fora do avião e, em seguida, inicia uma batalha aérea com um inimigo. Acontece que o protagonista está sem paraquedas e fica flutuando no céu enquanto atira no outro homem. Simplesmente lamentável.

Efeitos especiais

Outro ponto que deixa a desejar são os efeitos especiais. Embora o diretor tenha feito uma boa escolha ao não usar muita computação gráfica nas cenas de lutas, fazendo um excelente uso dos dublês, os efeitos especiais como o sangue, as explosões e a construção de alguns cenários ficaram muito artificiais.

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Além disso, parece que Jung Byung-gil quis criar um longa que tivesse (quase) todos os elementos presentes em um filme de ação. Há muita troca de tiros, perseguição de moto, de carro, de avião, explosão de helicóptero, queda de penhasco, entre outros. Há momentos que o espectador pode tirar os olhos da tela se quiser, porque logo em seguida virá outra cena de ação semelhante àquela que ele estava vendo.

Pontos positivos

Como nem tudo são erros, o diretor acerta ao criar um falso plano-sequência que impressiona e ao usar a câmera para trazer o público para dentro do filme ao passear pelos envolvidos com agilidade impressionante. Além disso, as coreografias das lutas são criativas e bem executadas.

Vale a pena?

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Com tantos pontos de atenção, muitas cenas inverossímeis e um roteiro fraco, o filme pode até conquistar alguns fãs mais apaixonados pelas cenas de luta. No entanto, fica nítido que, para gostar de Carter, é preciso mais do que gostar de filmes de ação: é necessário gostar de (muitos) efeitos especiais questionáveis e de uma trama que questione a inteligência do espectador.

Carterestá disponível na Netflix.